
No comando da maior cooperativa de consumo do país, a COOP – Cooperativa de Consumo, com sede em Santo André (SP), Antonio José Monte dirige uma rede de supermercados com 28 lojas, 5.100 funcionários, que registra 3 milhões de compras por mês e tem um faturamento bruto anual de R$ 1,750 bilhão.
Tudo isso sem abandonar o compromisso com a responsabilidade social, base do principio cooperativista, invenção inglesa em plena efervescência da revolução industrial. Embora ofereça mercadorias com preços até 9% abaixo do praticado por outros supermercados, a COOP, ostenta números que demonstram o vigor da sua saúde financeira.
É a 13ª empresa do País em faturamento no setor supermercadista, segundo o ranking da ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados. Ano passado cresceu 2,5% acima da média do desempenho dos supermercados paulistas. Na Região do Grande ABC, que concentra 2,4 milhões de habitantes, ostenta um dos maiores parques industriais brasileiros e apresenta um dos maiores rendas per capita, tem share de 25,2% junto ao consumidor.
Os números da COOP são grandiosos e mostra a evolução de uma iniciativa que nasceu em 1954 para atender exclusivamente os funcionários da Rhodia, multinacional francesa com amplo espectro de atuação, incluindo linha têxtil e laboratório farmacêutico. Foi pioneira na modalidade de venda no varejo no sistema de auto-serviço, entrega em domicilio (com serviço delivery), tornou-se no embrião dos que são hoje supermercados e seus descendentes, os hipermercados e os atacarejos.
Também inovou ao abrigar dentro de suas lojas, pequenas drogarias que oferecem medicamentos com preços entre 3 a 9% mais baratos que os praticados no mercado. Por muitos anos só podiam se associar e comprar nas lojas da COOP quem trabalhasse na Rhodia. Mas isso mudou: Desde 1976 qualquer pessoa pode se tornar associado da Cooperativa de Consumo. Hoje são mais de 1,6 milhão de associados, que entram no sistema pagando uma cota mínima de R$ 100,00.
ANTONIO JOSÉ MONTE, presidente da COOP – Cooperativa de Consumo
Em média, o associado ao término de cada exercício anual tem um bônus equivalente a 2% do montante do valor das compras, efetuadas naquele período. A cooperativa também prevê o pagamento de auxílio-funeral aos associados e dependentes. José Monte é um apaixonado pelo cooperativismo que se baseia em valores de ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. “Mais do que arroz, feijão e legumes, nossa cooperativa vende sorrisos e princípios como honestidade”.
O cooperativismo tem atualmente no Brasil 6 milhões de associados distribuídos em cooperativas de 13 diferentes segmentos. As 220 cooperativas de consumo brasileiras resrespondem por 1,76% das vendas do varejo, sendo que 1% dessa fatia é da COOP. José Monte está convencido que há muito espaço no mercado para ampliar a participação desta modalidade de comércio, considerando que na Itália esta participação é de 13%; na Inglaterra de 21% e na Suíça, 43%. Há 15 anos na presidência da COOP – Cooperativa de Consumo que tem sede em Santo André (cidade do ABC Paulista), Antonio José é um estudioso do assunto.
“O cooperativismo nasceu no final do século 19, na Inglaterra dos tempos da Revolução Industrial, quando 28 tecelões se uniram para fundar uma sociedade com uma visão diferente de mercado. Ela buscava ser uma alternativa econômica ao capitalismo acelerado da época, que causava aumento exagerado nos preços, desemprego e jornadas de trabalho cansativas para mulheres e crianças”, explica Antonio Monte.
Numa iniciativa, inspirada no projeto do troco solidário desenvolvimento pela rede Comper de Supermercado, a cooperativa contribui com 16 entidades sociais por meio de um fundo de assistência educacional. O presidente da COOP,que é amigo do presidente do Grupo Pereira, empresário Luiz Humberto Pereira, esteve em Campo Grande, para conhecer de perto o funcionamento das lojas do grupo (Fort Atacadista e Comper) na cidade.
“Além do troco solidário ter nos servido de inspiração para o apoio a entidades assistenciais, temos aprendido muito com as boas práticas da Rede Comper, especialmente em relação a exposição de mercadorias”, finalizou Antonio Monte.
