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CIDADE

Consórcio Guaicurus reclama de descumprimento de contrato e pede reajuste da tarifa

A empresa afirma estar lidando com um déficit tarifário significativo

21 dezembro 2023 - 16h00Iury de Oliveira e Gabriela Nascimento
Ônibus
Ônibus - (Foto: Arquivo)

Após a publicação, na segunda-feira (11), de uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul (TJMS), por meio do desembargador Eduardo Machado Rocha, que suspendeu o reajuste da tarifa do transporte coletivo de Campo Grande, o diretor operacional do Consórcio Guaicurus, Paulo Vitor, realizou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (21) onde afirmou que a empresa enfrenta uma crise financeira aguda e defendeu o aumento nas tarifas. O diretor tambem reclamou que a Prefeitura Municipal de Campo Grande descumpre o contrato de concessão do transporte público.

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A empresa afirma estar lidando com um déficit tarifário significativo. Conforme Paulo Vitor, "a tarifa não atende ao custo do serviço hoje". O descumprimento de um contrato que exigia revisão tarifária em 2019 resultou em tarifas desatualizadas, incapazes de cobrir os custos operacionais. Paulo Vitor destacou: "A tarifa que a Agência de Regulação calculou foi um, mas este não é o valor que o usuário tem que pagar. Este desequilíbrio financeiro tem implicações diretas na capacidade do consórcio de manter o serviço e pagar seus funcionários", lamenta.

O diretor operacional do Consórcio Guaicurus, Paulo Vitor fala com a imprensa (Foto: Gabriela Nascimento)O diretor operacional do Consórcio Guaicurus, Paulo Vitor fala com a imprensa (Foto: Gabriela Nascimento)

O diretor expressou frustração com o descumprimento contínuo do contrato por parte do município e destacou a necessidade urgente de mudanças. "Com toda a certeza vamos conseguir reestabelecer o transporte que Campo Grande necessita e merece".

Outro ponto mencionado foi o impacto das gratuidades no sistema de transporte. Paulo Vitor mencionou que em Campo Grande, todos os estudantes, do ensino superior ao fundamental, têm gratuidade, independentemente da situação social. "Campo Grande não tem nenhuma barreira social", disse ele, apontando que isso encarece o transporte para outras categorias de passageiros.

A natureza abrangente dessa política de gratuidade tem implicações financeiras significativas para o sistema de transporte. Conforme explicado, a gratuidade para uma grande parcela dos usuários resulta em uma diminuição das receitas. Isso se torna um fardo financeiro adicional para o consórcio, que já enfrenta desafios com déficits tarifários e desequilíbrios financeiros.

Em 2023 a Prefeitura de Campo Grande informou ter destinado ao Consórcio Guaicurus cerca de R$ 12 milhões por causa das gratuidades dos estudantes da Rede Municipal de Ensino (Reme), pessoas com deficiência e com câncer. O Governo do Estado também contribuiu com R$ 10 milhões, referentes aos alunos da Rede Estadual de Ensino (REE).

O consórcio participou de uma audiência de conciliação mediada pelo desembargador Reinaldo, aguardando uma decisão que pode influenciar a tarifa e o contrato. "Estamos aguardando agora a manifestação dele nesses autos para caminhar aí e tentar achar um bom termo", disse Paulo Vitor.

A crise financeira afetou a renovação da frota de ônibus. "A questão da frota é uma consequência do desequilíbrio que vem atingindo a nossa realidade. A idade média dos veículos, superior a cinco anos, é um reflexo direto das dificuldades financeiras", revela.

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