
Sua voz é bastante conhecida, embora muitos acreditem se tratar de um sistema. Sabe de quem estamos falando? Ok, vou dar mais uma dica. Para ativá-la, basta dizer "e aí, Siri?". Não, não estamos falando da assistente pessoal da Apple, mas, sim, da brasileira Regina Bittar, 54, que emprestou a sua voz para que o iPhone pudesse interagir com os usuários.

"Um belo dia recebi ligações de amigos deficientes visuais, que por sinal têm um ouvido único, me contando que a minha voz estava no iPhone. Como assim?", lembra a locutora, que disse que tinha feito um trabalho para uma empresa, mas não sabia ao certo para qual sistema estaria emprestando a sua voz. "A minha maior surpresa foi descobrir que faço parte da vida desses brasileiros de uma forma tão significativa. Fiquei muito emocionada."
Como explica Regina, há um acordo de confidencialidade em que ela é impedida de falar qualquer coisa sobre a gravação ou sobre o funcionamento do sistema. Ou seja, perguntas como "quantas questões foram respondidas" ou "quanto tempo demandou as gravações" continuam sem respostas. "A única coisa que eu posso admitir é que a voz é minha, porque esse é um direito personalíssimo no Brasil. A minha voz faz parte do meu corpo."
Regina, no entanto, disse ter sentido um certo medo em tornar pública essa informação. "Qual seria a reação das pessoas? E dos críticos? Se eles não gostassem da minha atuação, podia ser o fim para minha carreira", afirma ela. Mas, ao contrário das previsões pessimistas, a locutora foi muito bem aceita e é constantemente cercada de muitos pedidos. "Sempre me pedem para imitar a Siri, mas isso não me irrita. Até gosto."
"Rainha dos sistemas"
A Siri não foi a única assistente pessoal com a voz de Regina Bittar. "Sou praticamente a rainha dos sistemas", brinca ela, que lembra que por trás de todo sistema há uma voz humana. O seu primeiro trabalho do tipo foi em 2001, com a assistente "Me Diz", criada pela Gradiente na era da internet discada.
