3287.59_BANNER TALK AGOSTO [1260x300]
CONFLITO EM GAZA

Confrontos por ajuda humanitária deixam ao menos 26 palestinos mortos na Faixa de Gaza

Episódios ocorreram enquanto cresce pressão interna e internacional contra ofensiva de Netanyahu; famílias de reféns pedem greve geral em Israel

10 agosto 2025 - 13h45AP
Palestinos carregam corpo de pessoa morta enquanto procurava ajuda perto de Zikim, no norte da Faixa de Gaza.
Palestinos carregam corpo de pessoa morta enquanto procurava ajuda perto de Zikim, no norte da Faixa de Gaza. - Foto: Omar Al-qattaa/ AFP

Pelo menos 26 palestinos morreram neste sábado (10) em diferentes pontos da Faixa de Gaza enquanto aguardavam distribuição de ajuda humanitária, segundo hospitais e testemunhas. Os episódios ocorreram em meio ao agravamento da crise humanitária e ao aumento da pressão contra os planos do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de ampliar a ofensiva militar no território.

Canal WhatsApp

De acordo com o hospital Nasser, dez pessoas foram mortas perto do corredor Morag, entre Rafah e Khan Younis, enquanto esperavam por caminhões de alimentos. No norte de Gaza, outras seis morreram próximo à travessia de Zikim, segundo o hospital Shifa e o Ministério da Saúde local. No centro do território, testemunhas relataram que tiros de advertência antecederam disparos contra a multidão em busca de mantimentos na Fundação Humanitária de Gaza. Quatro mortes foram registradas pelo hospital Awda, que atribuiu os disparos a forças israelenses.

Outras seis vítimas foram contabilizadas em tentativas de alcançar pontos da fundação em Khan Younis e Rafah. EUA e Israel apoiam a instituição como alternativa à ajuda coordenada pela ONU, mas operações iniciais foram marcadas por episódios de violência e confusão. Tanto a fundação quanto o Exército israelense negaram incidentes próximos a seus postos de distribuição neste sábado.

Além dos confrontos, ataques aéreos mataram sete pessoas, entre elas duas crianças, em Khan Younis e na Cidade de Gaza. Israel não comentou as ofensivas, mas acusou o Hamas de operar em áreas civis.

A crise alimentar continua se agravando. Segundo autoridades de saúde de Gaza, mais duas crianças morreram por causas ligadas à desnutrição, elevando para 100 o número de vítimas infantis desde o início da guerra. Entre adultos, 117 mortes por fome foram registradas desde o fim de junho. Esses números não estão incluídos no total oficial de 61,4 mil mortos na guerra, metade deles mulheres e crianças.

Dentro de Israel, famílias de reféns e apoiadores organizaram protestos em Tel Aviv e convocaram uma greve geral para a próxima semana, temendo que a intensificação dos combates coloque em risco os cerca de 50 sequestrados ainda em Gaza, dos quais 20 estariam vivos.

Na Cisjordânia, o ministro da Defesa Israel Katz afirmou que as tropas permanecerão em campos de refugiados até o fim do ano, após operações que deslocaram 40 mil palestinos desde janeiro. Segundo ele, alertas sobre ataques contra israelenses caíram 80% desde o início da ação militar.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas