
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou nesta quinta-feira (4) a Operação Psicose, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada na produção, comercialização e distribuição de psilocibina, substância alucinógena conhecida como “cogumelo mágico” e proibida pela Anvisa desde 1998.

Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão e 9 de prisão, além do bloqueio de contas bancárias, suspensão de websites e perfis em redes sociais usados pelo grupo. As ações ocorreram em Brasília, Curitiba, Joinville, São Paulo, Belém, Belo Horizonte e Vitória.
Segundo as investigações, o grupo movimentou cerca de R$ 26 milhões entre 2024 e 2025, com preços que variavam de R$ 84,99 (3 g) a R$ 9,2 mil (1 kg) da droga. A organização usava sites atrativos, perfis no Instagram, parcerias com DJs e influenciadores e até publicidade paga para alcançar jovens em festas e festivais de música eletrônica.
A distribuição seguia modelo semelhante ao dropshipping, com remessas pelos Correios e empresas de logística. Foram identificadas 3.718 encomendas postais, somando cerca de 1,5 tonelada de psilocibina enviada a diferentes estados. Para ocultar os lucros, os criminosos usavam empresas de fachada registradas no ramo alimentício.
De acordo com o delegado Waldek Cavalcante, foram descobertos locais de cultivo em larga escala, equipamentos, veículos e até colaborações ilícitas de agentes públicos que favoreciam a rede. Os investigados poderão responder por tráfico de drogas qualificado, lavagem de dinheiro, associação criminosa, crimes ambientais, contra a saúde pública, publicidade abusiva e curandeirismo — com penas que podem chegar a 53 anos de prisão para os líderes.
A operação contou com apoio do Coaf, da Receita Federal e dos Correios.
A polícia destacou que os criminosos tentavam vender os cogumelos com falsa roupagem científica, prometendo benefícios à saúde. “É uma droga nociva, que pode causar psicose, fuga da realidade, overdose e até morte”, alertou o delegado Cavalcante.
