A internet facilitou o acesso à informação científica, mas também aumentou a circulação de estudos de diferentes níveis de qualidade. Saber o que é confiável virou uma habilidade essencial — não só para quem pesquisa, mas para qualquer pessoa que quer entender o mundo com responsabilidade.
A pedagoga e doutora em Ensino de Ciência e Tecnologia, Antonella Carvalho de Oliveira. - (Foto: Divulgação) A pedagoga e doutora em Ensino de Ciência e Tecnologia, Antonella Carvalho de Oliveira, editora-chefe da Atena Editora, explica que nem todo artigo publicado tem o mesmo peso. “Alguns estudos são apenas descritivos ou iniciais. Outros, mais robustos, seguem critérios rigorosos e passam por avaliações de especialistas”, afirma.
Segundo ela, o caminho para identificar um bom estudo passa por cinco pontos principais:
1. Tipo de estudo: Os mais confiáveis são os que seguem métodos rigorosos, como revisões sistemáticas, metanálises e ensaios clínicos randomizados. Eles reúnem dados de várias fontes e seguem padrões exigentes de comparação.
2. Publicação em revista científica reconhecida: Artigos publicados em revistas com bom fator de impacto e revisão por pares passam por filtros de qualidade.
3. Metodologia clara e replicável: Um bom estudo detalha como foi feito. Quantas pessoas participaram? Houve grupo de controle? O tempo foi suficiente? Quanto mais clareza, mais confiável.
4. Declaração de conflitos de interesse: Estudos financiados por empresas devem declarar esses vínculos. Isso não os desqualifica, mas exige atenção redobrada.
5. Conclusões coerentes com os dados: Estudos sérios não exageram nos resultados. Eles reconhecem limitações e apresentam os dados com equilíbrio.
“Quando um artigo traz poucas informações metodológicas ou faz afirmações grandiosas com poucos dados, é hora de desconfiar”, alerta Antonella. Para ela, aprender a identificar um bom estudo é mais do que uma questão técnica — é uma forma de participar ativamente da construção do conhecimento.
