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Com pleno emprego, MS lança programa de qualificação para suprir falta de mão de obra

Estado enfrenta desafios com vagas ociosas e aposta em ações como o Voucher Qualificação para formar trabalhadores em 27 municípios

9 setembro 2025 - 08h00Maria Edite Vendas
O Secretário de Desenvolvimento, Jaime Verruck, apresenta números e iniciativas para alavancar ainda mais o desenvolvimento regional
O Secretário de Desenvolvimento, Jaime Verruck, apresenta números e iniciativas para alavancar ainda mais o desenvolvimento regional - (Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc)
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Mato Grosso do Sul vive um cenário raro no país: o de pleno emprego. Com taxa de desocupação de apenas 2,9%, o Estado tem o quarto menor índice de desemprego do Brasil, atrás apenas de Santa Catarina, Rondônia e Mato Grosso. Apesar do resultado positivo, o crescimento econômico acelerado traz um novo desafio: há vagas abertas nas empresas, mas falta mão de obra qualificada para preenchê-las.

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Essa foi a principal pauta do 1º Fórum Estadual de Gestores do Trabalho, Emprego e Renda, realizado nos dias 5 e 6 de setembro no auditório do Senac, em Campo Grande. Durante o evento, o governo estadual lançou novas estratégias para enfrentar o chamado “pleno emprego com dor” — quando o mercado precisa de trabalhadores que simplesmente não existem ou não estão prontos para a função.

Na abertura do fórum, o governador Eduardo Riedel reforçou que o foco do Estado deve estar nos grupos mais vulneráveis, como jovens com ensino médio incompleto e mães sem acesso a creches.

“Temos que fazer um esforço grande. Quando investimos para resolver os problemas das pessoas, temos respostas imediatas. Então isso é o que precisamos fazer”, declarou o governador.

Presente ao evento, o diretor de Políticas Públicas de Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Tiago de Oliveira Motta, elogiou as ações sul-mato-grossenses. “As políticas aqui estão 100% alinhadas com o que o Governo Federal vem preconizando: qualificar e inserir no mercado. Não adianta só capacitar, é preciso gerar emprego”, afirmou.

Motta também destacou os bons indicadores do Estado: taxa de desemprego de 2,9% e subocupação em torno de 11%, bem abaixo da média nacional. “Mato Grosso do Sul é um exemplo a ser seguido”, reforçou.

Durante o fórum, o governo estadual lançou o Voucher Qualificação, programa que amplia o já existente MS Qualifica. A nova iniciativa prevê a oferta de 88 cursos gratuitos de capacitação em parceria com o Senac e o Senai, com previsão de atendimento a 1.420 pessoas em 27 municípios.

Os cursos abrangem áreas como:

  • Administração & TI
  • Construção civil
  • Indústria & manutenção
  • Elétrica & energia
  • Agro & florestal
  • Alimentos
  • Marcenaria & mobiliário

Entre as cidades beneficiadas estão Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Ponta Porã, Sidrolândia, Ribas do Rio Pardo, Paranaíba, Coxim, Costa Rica, Naviraí, Maracaju, Jardim e Aquidauana.

Outro destaque do evento foi o Voucher Transportador, iniciativa voltada à formação de motoristas com habilitação nas categorias D e E. A medida atendeu à demanda do setor de transporte, que enfrentava escassez de condutores para ônibus, carretas e reboques.

“O sucesso vem da parceria entre o poder público e o setor privado. Tínhamos uma demanda, tínhamos oferta de empregos e tínhamos disposição de ajudar essas pessoas”, destacou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck.

O Fórum também discutiu a necessidade de garantir inclusão de mulheres no mercado de trabalho por meio de ações que ultrapassem a simples formação profissional. “Se o Estado não oferece suporte, como creches, as mães continuam excluídas do mundo do trabalho”, alertou Motta.

O mesmo vale para os jovens: a baixa escolarização e a falta de qualificação são entraves para inserção desse público no mercado, e os programas estaduais buscam enfrentar esses obstáculos com ações específicas.

O modelo de Mato Grosso do Sul se destaca pela atuação conjunta entre o setor público e o setor produtivo, com articulações para identificar demandas reais das empresas e desenvolver cursos sob medida. A intenção é manter o ritmo de crescimento econômico e evitar gargalos causados pela escassez de profissionais.

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