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LETRAS EM DEBATE

Campo Grande recebe debate sobre Clarice Lispector na Bienal

Projeto da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras reúne escritoras e pesquisadoras para discutir a autora que transformou o silêncio em literatura

7 outubro 2025 - 14h50Redação
Acadêmicas Lucilene Machado, Maria Adélia Menegazzo, Sylvia Cesco e Lenilde Ramos
Acadêmicas Lucilene Machado, Maria Adélia Menegazzo, Sylvia Cesco e Lenilde Ramos
Terça da Carne

A vida, dizia Clarice Lispector, “é feita de instantes que não se deixam dizer”. Talvez por isso seja justo que ela volte, de tempos em tempos, a ser tema de conversas — não para ser explicada, mas para ser sentida. Nesta quinta-feira, 9 de outubro, a Bienal Pantanal abre espaço para mais uma dessas tentativas: o projeto Leituras & Conversas, promovido pela Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL), que será dedicado inteiramente à escritora que fez da dúvida uma forma de arte.

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O encontro acontece às 17h30, no Auditório Pedro de Medeiros, com entrada gratuita. Participam as acadêmicas Maria Adélia Menegazzo, Lenilde Ramos, Lucilene Machado e Sylvia Cesco, quatro vozes que, cada uma a seu modo, têm se dedicado à literatura e ao diálogo entre vida e palavra.

A proposta do Leituras & Conversas é simples e sofisticada ao mesmo tempo — como o texto de Clarice. Trata-se de um espaço mensal em que leitores e autoras se encontram para discutir obras que, de alguma forma, desestabilizam. O projeto já virou tradição no calendário cultural do Estado e, desta vez, faz parte da programação da Bienal, numa edição especial dedicada a uma das autoras mais intensas do século XX.

Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, chegou ao Brasil ainda bebê e fez da língua portuguesa uma morada metafísica. Em “Perto do Coração Selvagem”, seu primeiro romance, trocou o enredo pela consciência e mostrou que o drama humano pode caber em uma frase. Depois vieram “Laços de Família”, “A Paixão Segundo G.H.”, “Água Viva” e “A Hora da Estrela” — livros que transformaram o cotidiano em vertigem e fizeram de Clarice um nome que ultrapassa escolas literárias.

No evento, a autora será lida e relida — talvez questionada, talvez acolhida. Porque falar de Clarice é sempre entrar num labirinto onde a literatura se confunde com o próprio ato de existir. “Escrevo como quem aprende a morrer”, ela disse certa vez. O Leituras & Conversas, ao que tudo indica, prefere ler como quem aprende a viver.

Serviço

Leituras & Conversas – Academia Sul-Mato-Grossense de Letras

Tema: Clarice Lispector

Data: 9 de outubro de 2025, às 17h30

Local: Bienal Pantanal – Auditório Pedro de Medeiros

Entrada: gratuita | evento presencial | traje esporte

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