
A queda de um avião de pequeno porte no Pantanal de Mato Grosso do Sul, na região de Aquidauana, a 140 km de Campo Grande, deixou quatro mortos na noite desta terça-feira (23). Entre as vítimas estão os cineastas brasileiros Luiz Fernando Feres da Cunha e Rubens Crispim Jr, além do arquiteto e urbanista chinês Kongjian Yu, considerado um dos maiores do mundo, e o piloto da aeronave, Marcelo Pereira de Barros.

Os cineastas viajavam para a gravação de um documentário sobre Kongjian Yu, cujo trabalho é referência internacional em urbanismo sustentável.
Nota de falecimento do professor e documentaristas na queda do avião no Pantanal Foto: Reprodução/Rede Social
Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz era sócio da Olé Produções e acumulava projetos de destaque no audiovisual. Dirigiu a série Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia, indicada ao Emmy Internacional, que revisita o acidente aéreo da Chapecoense em 2016. Também esteve à frente de To Win or To Win, série sobre a trajetória do clube Al Nassr FC.
Já Rubens Crispim Jr comandava a Posei’dos, produtora voltada para filmes de arte. Ele dirigiu o longa O Bixiga é Nosso!, eleito Melhor Filme pelo Público na Mostra Competitiva Territórios e Memórias da Mostra Ecofalante 2024.
Detalhes do acidente - A aeronave Cessna, prefixo PT-BAN, havia sido fabricada em 1958 e estava registrada para serviços aéreos privados, mas não tinha autorização para atuar como táxi aéreo, informou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Com capacidade para um piloto e três passageiros, o avião só tinha permissão para voar durante o dia. O Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) era válido até 9 de dezembro de 2024.
Histórico da aeronave aponta irregularidades: em 2015, o avião chegou a ser apreendido durante uma operação contra transporte ilegal de turistas e permaneceu quatro anos parado, até ser liberado pela Anac após ajustes técnicos.
Equipes da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul foram acionadas e já estão no local para coletar informações preliminares. A ocorrência é acompanhada pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado e pela Delegacia de Polícia de Aquidauana.
A investigação deve avaliar, entre outros pontos, as condições da aeronave e o cumprimento das normas de segurança de voo.
