Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
24 de setembro de 2025 - 14h42
alms
MARCO HISTÓRICO

Arquiteto chinês que morreu no Pantanal deixou legado em 'cidade-esponja' e Parque Benjakitti

Kongjian Yu era referência mundial em urbanismo sustentável; arquiteto transformou o planejamento urbano com soluções baseadas na natureza

24 setembro 2025 - 10h00Redação
O arquiteto paisagista e urbanista chinês Kongjian Yu.
O arquiteto paisagista e urbanista chinês Kongjian Yu. - (Foto: CAU/BR)

O arquiteto e urbanista chinês Kongjian Yu, criador do conceito de “cidade-esponja”, morreu na terça-feira (23) em um acidente aéreo no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Reconhecido internacionalmente, ele deixa um legado marcado por projetos que revolucionaram a forma de lidar com enchentes e promover a resiliência climática nas cidades.

Canal WhatsApp

Yu era doutor pela Universidade Harvard e reitor fundador da Faculdade de Arquitetura e Paisagismo da Universidade de Pequim. Em 1998, fundou o Turenscape, escritório responsável por mais de mil projetos em 250 cidades de diferentes países.

Entre suas obras mais emblemáticas estão o Parque Florestal Benjakitti (Bangkok), o Rio Meishe (Haikou) e o Pântano de Dong’an (Sanya), exemplos práticos de sua filosofia: conviver com a água em vez de combatê-la.

Parque Floresta Benjakitti.Parque Floresta Benjakitti. (Foto: Parque Floresta Benjakitti/Turenscape)

O conceito de cidade-esponja

Adotada como política nacional na China em 2013, a “cidade-esponja” utiliza áreas verdes, parques, lagos artificiais e estruturas permeáveis para absorver e reter a água da chuva. A ideia reduz enchentes, restaura ecossistemas e transforma as cidades em ambientes mais sustentáveis.

Em palestra virtual para a Firjan no ano passado, Yu resumiu sua visão: era preciso parar de lutar contra a água. Em seus projetos, telhados verdes, pisos porosos e a renaturalização de rios se tornaram soluções fundamentais para conter, desacelerar e absorver o fluxo hídrico.

Nos últimos anos, Yu ampliou o alcance do conceito, propondo a adaptação não apenas de centros urbanos, mas de bacias hidrográficas inteiras. Ele passou a falar em “planeta-esponja”, visão que conecta zonas rurais, encostas e nascentes de rios ao manejo sustentável da água.

Segundo o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), sua pesquisa influenciou políticas ambientais chinesas e inspirou urbanistas em todo o mundo. “Suas propostas conciliam inovação, ecologia e resiliência climática”, destacou a entidade.

Além dos projetos, Kongjian Yu foi editor-chefe da revista Landscape Architecture Frontiers e recebeu doutorados honorários de universidades na Itália e Noruega. Seu trabalho é considerado um marco para a arquitetura da paisagem e para o planejamento urbano sustentável.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop