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INTERNACIONAL

Chanceler da Argentina renuncia dias antes das eleições legislativas e pressiona governo Milei

Saída de Gerardo Werthein agrava instabilidade política e ocorre em meio a desgaste da popularidade do presidente argentino

22 outubro 2025 - 15h30
O ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein renunciou ao cargo
O ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein renunciou ao cargo - (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A poucos dias de uma eleição legislativa decisiva na Argentina, o ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein, apresentou sua renúncia, aprofundando a crise interna no governo de Javier Milei. O pedido foi formalizado na noite de terça-feira (21) e confirmado pelo gabinete presidencial nesta quarta-feira (22), sem explicações públicas sobre os motivos da saída ou sobre quem o substituirá.

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Werthein era o segundo a ocupar o cargo desde o início do governo Milei, que completa quase dois anos. Ele assumiu após a demissão da ex-chanceler Diana Mondino, afastada por votar a favor da resolução da ONU que condena o embargo dos Estados Unidos contra Cuba — contrariando a linha ideológica do presidente argentino.

Momento delicado para Milei - A renúncia de Werthein ocorre em um momento de fragilidade política para Javier Milei. O presidente tenta ampliar sua base de apoio no Congresso nas eleições legislativas deste domingo, fundamentais para avançar em sua agenda de cortes de gastos públicos e reformas estruturais com foco em austeridade fiscal.

Milei enfrenta crescente insatisfação popular devido ao impacto social das medidas econômicas — que afetam especialmente aposentados, pessoas com deficiência e trabalhadores de baixa renda —, além de um escândalo de corrupção recente no governo que elevou o desgaste da gestão.

Segundo o jornal argentino La Nación, a saída de Werthein já era esperada, mas somente após o pleito. A antecipação do pedido de demissão reforça o clima de instabilidade interna no alto escalão do governo.

Olhar internacional sobre o resultado das eleições - A crise política também ocorre sob o olhar atento dos Estados Unidos. O governo de Joe Biden sinalizou que o apoio financeiro à Argentina pode depender do resultado das eleições legislativas. Atualmente, o Tesouro dos EUA já aprovou uma linha de swap cambial de US$ 20 bilhões para o país e avalia uma nova operação do mesmo valor com bancos e fundos de investimento internacionais.

Essa dependência da confiança externa e do apoio financeiro reforça a importância do resultado de domingo para a sobrevivência do projeto de Milei. O próprio presidente já admitiu que mudanças no gabinete estão previstas para depois das eleições, sinalizando uma reestruturação interna em resposta ao contexto político e econômico.

Um governo sob pressão - A renúncia de Werthein, um diplomata experiente e ex-embaixador argentino nos Estados Unidos, deixa um vazio estratégico no governo justamente quando a Argentina precisa fortalecer sua diplomacia econômica e garantir estabilidade externa para enfrentar a crise.

Analistas políticos apontam que a saída de uma figura central como o chanceler pode sinalizar ruídos na condução da política externa, em um momento em que o país tenta manter acordos internacionais e conquistar apoio para conter a crise fiscal e cambial.

O Partido Libertário de Javier Milei, que hoje tem minoria no Congresso, aposta em um bom desempenho nas urnas para sustentar seu programa de reformas. Porém, a combinação entre instabilidade política, escândalos e resistência popular às medidas de austeridade pode limitar a capacidade do governo de aprovar mudanças significativas.

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