
Enquanto a maioria dos brasileiros ainda enfrenta ruas mal preparadas para pessoas com mobilidade reduzida, Mato Grosso do Sul apareceu com o melhor índice de acessibilidade urbana do país. Segundo o Censo 2022, 41,1% da população urbana do estado mora em ruas com rampas para cadeirantes — o maior percentual entre os 26 estados e o Distrito Federal.
A média nacional é de apenas 31%, o que significa que quase 120 milhões de brasileiros ainda vivem em ruas sem esse tipo básico de infraestrutura. No ranking nacional, Mato Grosso do Sul aparece à frente de estados como Paraná (37,3%) e Distrito Federal (30,4%), e muito distante de realidades como a do Amazonas (5,6%).
O levantamento feito pelo IBGE analisou dez aspectos do entorno das casas em áreas urbanas: calçadas, bueiros, rampas para cadeirantes, ciclovias, arborização, iluminação pública, pavimentação, pontos de ônibus e a capacidade de circulação das vias.
Campo Grande vem se destacando quando o assunto é acessibilidade - (Foto: Diogo Gonçalves/Arquivo)
Além de liderar em rampas, Mato Grosso do Sul também teve bom desempenho em calçadas com arborização (27,4%) e vias pavimentadas (mais de 90%). Outro dado positivo é que a capital Campo Grande aparece como a capital com maior taxa de arborização urbana entre todas as capitais do país: 91,4% dos moradores vivem em ruas com árvores.
Segundo o IBGE, a melhoria na infraestrutura urbana pode estar ligada a políticas públicas mais efetivas e ao crescimento urbano planejado em algumas regiões do estado. "O Censo mostra que há um esforço regional para garantir melhor qualidade de vida às pessoas, especialmente no que diz respeito à mobilidade e acessibilidade", avalia o analista Maikon Novaes.
Segundo o IBGE, a melhoria na infraestrutura urbana pode estar ligada a políticas públicas mais efetivas e ao crescimento urbano planejado em algumas regiões do estado - (Foto: Diogo Gonçalves/Arquivo)
O relatório também destaca que 88,5% da população brasileira vive em ruas pavimentadas, 97,5% têm iluminação pública, mas apenas 1,9% moram em ruas com ciclovias e só 8,8% têm ponto de ônibus na porta de casa.
Já no quesito drenagem urbana, 53,7% dos moradores do país têm bueiro ou boca de lobo em suas ruas. Em Mato Grosso do Sul, esse número é acima da média nacional.
A pesquisa revelou ainda fortes desigualdades regionais e sociais. Pessoas brancas e amarelas vivem em vias com mais infraestrutura. Já pessoas pretas, pardas e indígenas enfrentam piores condições, com menos calçadas, rampas, bueiros e ciclovias

