
O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), entregou oficialmente sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta sexta-feira (26), após ser pressionado pela cúpula de seu partido a deixar o governo federal. A saída de Sabino segue a linha determinada por uma resolução aprovada pelo União Brasil no último dia 18, que exigia o rompimento com o governo e o afastamento de seus filiados de cargos de primeiro escalão.

Natural do Pará, Sabino continuará no cargo até a próxima semana, a pedido do próprio presidente Lula, para cumprir agenda de entregas de obras em Belém. O ato final da demissão será formalizado por Lula, que precisa assinar a exoneração.
Durante coletiva no Palácio do Planalto, Sabino reforçou que a decisão de deixar o governo foi imposta pela direção partidária, mas não escondeu seu desejo de continuar à frente da pasta, especialmente por conta dos preparativos para a COP-30, que será realizada em Belém em 2025.
“Tive uma conversa hoje com o presidente da República, em virtude da decisão do partido ao qual sou filiado, de deixar o governo, e vim aqui cumprir o meu papel. Entreguei ao presidente a minha carta e o meu pedido de saída do Ministério do Turismo, cumprindo a decisão do meu partido”, afirmou.
Ele também destacou o diálogo aberto com Lula e a possibilidade de reaproximação no futuro: “A minha vontade clara é continuar o trabalho que a gente vem fazendo. Hoje, o presidente sinalizou com essa possibilidade de ampliar esse diálogo junto com o partido União Brasil para gente ver quais serão as cenas dos próximos capítulos”.
A demissão de Sabino ocorre em meio à movimentação nos bastidores políticos para as eleições de 2026. O agora ex-ministro é cotado para disputar uma vaga ao Senado pelo Pará, e a visibilidade proporcionada por sua atuação no Ministério do Turismo, especialmente com a COP-30 no horizonte, poderia impulsionar sua pré-candidatura.
Por outro lado, a decisão do União Brasil de romper com o governo Lula é mais um capítulo das instabilidades da base aliada no Congresso. A legenda tem se dividido internamente entre alas governistas e independentes, e a saída de Sabino consolida o afastamento do partido do núcleo principal do Executivo.
Celso Sabino assumiu o Ministério do Turismo em julho de 2023, substituindo Daniela Carneiro, também do União Brasil. Desde então, atuou na promoção de destinos turísticos nacionais e em negociações para a atração de investimentos ao setor. Com sua saída, Lula precisará definir um novo nome para a pasta, que pode ser utilizado como moeda de articulação política com outros partidos.
