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ALIMENTAÇÃO

Ceasa/MS alerta para queda no consumo de frutas e hortaliças e reforça alimentação saudável

Nutricionista destaca benefícios dos alimentos frescos e riscos dos ultraprocessados, enquanto dados apontam redução nas vendas de hortigranjeiros

26 junho 2025 - 09h00Redação
Diante da mudança de hábitos dos consumidores, nutricionista reforça importância do consumo das frutas e hortaliças comercializadas na CEASA/MS
Diante da mudança de hábitos dos consumidores, nutricionista reforça importância do consumo das frutas e hortaliças comercializadas na CEASA/MS - (Foto: Divulgação)

Garantindo o abastecimento de hortifrútis para os lares e comércios de Mato Grosso do Sul, a Ceasa/MS (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) segue sendo uma engrenagem essencial na promoção da saúde alimentar da população. No entanto, diante de uma queda preocupante no consumo de frutas, verduras e legumes, nutricionistas e especialistas soam o alarme sobre os impactos desse cenário para a saúde pública.

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Segundo Maria Tainara Soares Carneiro Vitorino, nutricionista e defensora da alimentação natural, os alimentos comercializados pela Ceasa/MS são fundamentais para o bom funcionamento do organismo. "Uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes (FLV) é essencial, pois fornece vitaminas, fibras, minerais, antioxidantes e fitoquímicos que atuam em diversos processos vitais", afirma.

Micronutrientes que fazem a diferença - A especialista explica que entre os nutrientes presentes nas frutas e hortaliças estão:

  • Vitamina A, essencial para os olhos, imunidade e pele;

  • Vitamina C, antioxidante que auxilia na absorção do ferro;

  • Vitamina K, necessária para coagulação sanguínea e ossos saudáveis;

  • Complexo B, importante para o metabolismo energético e o sistema nervoso.

As fibras alimentares são outro destaque: ajudam na digestão, controlam glicose e colesterol e proporcionam saciedade. Já os minerais como potássio, magnésio, ferro e cálcio têm papel central em funções musculares, nervosas e na saúde óssea.

"Esses componentes reduzem o risco de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2, hipertensão e colesterol alto", destaca Maria Tainara.

Caminhos para uma dieta equilibrada - Mesmo diante de uma rotina acelerada, a nutricionista garante que é possível manter uma alimentação saudável com planejamento e pequenas mudanças de hábito. Dentre suas principais orientações estão:

  • Organizar as compras, escolhendo frutas e hortaliças da estação e em diferentes estágios de maturação;

  • Deixar saladas já higienizadas, facilitar o preparo de legumes cozidos e diversificar as formas de preparo (refogados, assados, purês, etc.);

  • Ter frutas sempre à mão para lanches rápidos, seja in natura, com iogurte ou em vitaminas;

  • Manter legumes congelados prontos para uso e verduras limpas e armazenadas para a semana;

  • Investir em sucos naturais, preparados na hora e sem açúcar, de preferência com bagaço, para manter as fibras.

Queda no consumo preocupa especialistas - Apesar de todos os benefícios, estudos mostram uma redução consistente na ingestão de frutas e hortaliças pelos brasileiros. De acordo com levantamento publicado em fevereiro de 2025 na revista Cadernos de Saúde Pública, da UFMG, o consumo caiu especialmente entre 2015 e 2023. Apenas 22,5% da população adulta consome as cinco porções recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

O reflexo dessa mudança também chegou à Ceasa/MS. Entre janeiro e março de 2025, foram comercializadas 52,39 milhões de toneladas de produtos hortigranjeiros — queda de 2,07% em relação ao mesmo período de 2024. O recuo foi ainda mais expressivo entre produtos importados: redução de 58,45% no volume.

Estudos do Nupen/USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde) também alertam para o aumento no consumo de alimentos ultraprocessados, que cresceu 5,5% entre 2008 e 2018. Durante a pandemia, esse padrão alimentar piorou. Em 2019, 80,6% da população afirmava consumir hortaliças regularmente; em 2021, o número caiu para 75,8%. O consumo de frutas também teve queda de 67,8% para 61,3%.

Alerta sobre os ultraprocessados - De acordo com Maria Tainara, os produtos ultraprocessados apresentam alto teor de açúcar, gordura e aditivos químicos. "Os principais riscos são: ganho de peso e obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e comprometimento da microbiota intestinal", ressalta.

Ela explica que esses alimentos são feitos a partir de substâncias extraídas dos alimentos ou sintetizadas em laboratório, como corantes, aromatizantes e realçadores de sabor. "Eles passam por processos industriais que eliminam os nutrientes naturais e alteram significativamente sua composição original", pontua.

A dica de ouro da nutricionista - Para driblar os malefícios dos ultraprocessados, Maria Tainara reforça a importância da alimentação natural, que a Ceasa/MS busca fomentar. “Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados. Opte por água, leite e frutas no lugar de refrigerantes e biscoitos recheados”, recomenda.

Ela também sugere uma volta à comida caseira: "Caldo feito na hora, sopas naturais, arroz com feijão, saladas, refogados, tortas — tudo isso tem valor nutricional superior e contribui para uma alimentação equilibrada".

Ceasa/MS como aliada da saúde - Mais do que um centro de distribuição, a Ceasa/MS se consolida como uma parceira na promoção da saúde da população. Ao oferecer alimentos frescos, variados e acessíveis, ela incentiva escolhas alimentares mais conscientes e contribui diretamente para a prevenção de doenças.

Num cenário de crescente industrialização da alimentação, o incentivo ao consumo de frutas, verduras e legumes é um passo crucial — não só para a saúde individual, mas também para a sustentabilidade do sistema de saúde pública.

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