
Após mais de 40 horas sem energia elétrica, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) voltou a operar na manhã desta sexta-feira (12). O restabelecimento do fornecimento, ocorrido por volta das 8h, marca o início da retomada das atividades no maior centro de abastecimento de alimentos da América do Sul, responsável pela distribuição de frutas, verduras, legumes, flores e pescados.
A falta de energia, provocada por um forte vendaval que atingiu a região metropolitana de São Paulo na quarta-feira (10), afetou diretamente cerca de 3 mil comerciantes que atuam diariamente no entreposto. Segundo a Ceagesp, os prejuízos ainda estão sendo calculados, mas já se sabe que muitos produtos perecíveis foram perdidos.
“Assim como os milhões de paulistanos, a Ceagesp também está entre os clientes afetados pela demora da Enel em retomar o fornecimento de energia elétrica à cidade de São Paulo”, afirmou a companhia em comunicado oficial.
O apagão na Ceagesp foi apenas parte de uma crise mais ampla. De acordo com a concessionária Enel, cerca de 670 mil unidades consumidoras ainda estavam sem luz nesta sexta-feira na Grande São Paulo. No auge da tempestade, mais de 2 milhões de clientes foram afetados.
O vendaval, com rajadas de vento que chegaram a 98 km/h, derrubou árvores e danificou severamente a rede elétrica. O Corpo de Bombeiros recebeu mais de 1,3 mil chamados relacionados à queda de árvores, o que dificultou ainda mais os reparos da infraestrutura.
Em nota, a Enel classificou o evento climático como um dos mais severos dos últimos anos, com impacto direto sobre a infraestrutura elétrica. Segundo a empresa, cerca de 1.600 equipes estão mobilizadas para acelerar a recomposição do sistema.
“O restabelecimento em algumas regiões é mais complexo, porque envolve a reconstrução da rede, com substituição de postes, transformadores e, por vezes, recondução de quilômetros de cabos”, informou a concessionária.
Apesar da promessa de agilidade, a lentidão no retorno do serviço gerou duras críticas por parte da população e de instituições afetadas, como a própria Ceagesp. Comerciantes relataram perdas significativas, com toneladas de alimentos descartados por falta de refrigeração.
O prolongado período sem energia comprometeu a rotina de comercialização e abastecimento da capital paulista. Especialistas já preveem possíveis reflexos nos preços de frutas, legumes e verduras nos próximos dias, até que o sistema de distribuição esteja completamente normalizado.
A Ceagesp, que abastece milhões de pessoas em São Paulo e em outros estados, destacou que está trabalhando para minimizar os impactos e garantir a reposição dos produtos.

