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Por trás de uma fachada elegante e funcional, feita com madeira certificada, sistemas de reaproveitamento de água e energia solar, a Casa Arauco surge em Inocência, a 329 quilômetros de Campo Grande, como um manifesto de aproximação. A iniciativa, que será inaugurada nesta terça-feira (17), carrega uma mensagem clara: a indústria, mesmo de proporções globais, pode — e deve — dialogar com as comunidades que orbitam seus projetos.
A gigante Arauco, uma das maiores produtoras de celulose do mundo, não está apenas fincando estacas no solo sul-mato-grossense. Ao inaugurar a Casa, a empresa cria um espaço onde sustentabilidade, cultura e transparência se entrelaçam. Há uma certa poesia nas suas escolhas arquitetônicas: madeira certificada em cada canto, sistemas que recolhem a água e a devolvem limpa ao ambiente, painéis solares que captam o sol vigoroso da região. É uma casa que respira responsabilidade.
Uma casa com identidade local - No coração da Casa Arauco, duas obras permanentes capturam a essência da comunidade. As pinturas de Lázara Lessonier, artista plástica nascida em Inocência, iluminam as paredes com suas representações do Pantanal. Lázara, que perdeu as mãos em um acidente aos 20 anos, é dessas histórias que desafiam o ceticismo. Com pincéis presos aos punhos, ela encontrou na arte uma nova forma de existir. “É uma honra ter minha obra em um lugar que valoriza a origem e o futuro da nossa terra”, diz a artista.
Para a Arauco, essa curadoria artística não é um detalhe. É um gesto. A Casa não é apenas um showroom de tecnologia ou de ações ambientais, mas uma extensão do território onde será construído o Projeto Sucuriú, o maior investimento da história da companhia.
No coração da Casa Arauco, duas obras permanentes capturam a essência da comunidade
Projeto Sucuriú: impacto econômico e ambiental - Com US$ 4,6 bilhões de investimento e capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano, a futura fábrica, prevista para iniciar as obras em 2025, promete transformar a economia da região. Durante o pico de construção, 14 mil empregos serão gerados; na operação, cerca de 6 mil postos diretos e indiretos.
O Projeto Sucuriú carrega consigo a ambição de ser um modelo de eficiência e sustentabilidade. E, no Brasil, país onde o setor celulose figura entre os motores econômicos, o empreendimento é mais do que uma aposta. É uma declaração de longo prazo.
“A Casa Arauco representa a primeira etapa desse relacionamento com a comunidade. Queremos construir pontes, não apenas fábricas”, afirma um representante da empresa. O discurso reflete o esforço de comunicar os benefícios do projeto em uma linguagem acessível, afastando a imagem de distanciamento comum entre grandes corporações e o público local.
Um futuro construído junto - Inaugurada na Avenida Três Lagoas, 199, com uma cerimônia aberta ao público a partir das 18h, a Casa Arauco estreia com apresentações culturais da Banda Marcial de Inocência, shows musicais e outras atrações. Mais do que um evento festivo, a noite simboliza a intenção de transformar a relação entre indústria e território em algo vivo e colaborativo.
Dentro dessa casa, o futuro não parece uma promessa abstrata, mas uma construção palpável, onde sustentabilidade e progresso se encontram sem antagonismo. E enquanto o sol se põe em Inocência, refletido nos painéis solares do espaço, fica uma imagem: o diálogo, ainda que complexo, pode começar com algo tão simples quanto abrir a porta de casa.
