
Poucas coisas conseguem traduzir o espírito natalino como a ideia de um presente entregue no momento certo. Não apenas por Papai Noel, mas por quem decide adotar uma cartinha, comprar um brinquedo e acreditar no gesto transformador de realizar o sonho de uma criança. Foi com essa energia que os Correios trouxeram, na noite de segunda-feira, 18 de novembro, sua Carreata de Luz às ruas de Campo Grande, iluminando avenidas, calçadas e, acima de tudo, histórias.

Desde 1988, o Papai Noel dos Correios se tornou mais do que uma campanha de fim de ano: é um movimento de mobilização coletiva. Em 2023, pela primeira vez, os números chegaram a um marco impressionante. Todas as cartinhas foram atendidas — 270 mil pedidos, de bonecas a mochilas, de bolas a sonhos que não cabem em um embrulho. Este ano, a meta é ainda mais ambiciosa.
“É um Natal que reflete o que somos como nação, um esforço conjunto para fazer algo grandioso com pequenos gestos. A Carreata de Luz é uma celebração dessa união”, declarou Fabiano Silva dos Santos, presidente dos Correios, enquanto os caminhões iluminados transformavam o trânsito de Campo Grande em um espetáculo natalino.
O espetáculo sobre rodas - A carreata começou na Avenida Consul Assaf Trad, desfilando pelas ruas centrais da cidade com um brilho que ia além das luzes: era a promessa de que ninguém seria esquecido. A passagem pela Avenida Mato Grosso e pela Afonso Pena virou o ponto alto da noite, com moradores acenando e acompanhando o comboio de perto. Alguns gritavam para os motoristas: “Feliz Natal!” Outros filmavam, compartilhando imagens nas redes sociais com legendas que resumiam o impacto: “O Natal chegou”.
Mariana Souza, moradora de Campo Grande, foi uma das muitas pessoas que seguiram o desfile. “A campanha é um lembrete de que sempre podemos fazer mais pelas crianças. Quando vejo algo assim, sinto que ainda há espaço para a generosidade”, comentou enquanto a filha, encantada, tentava contar quantas luzes havia em cada caminhão.
Solidariedade que atravessa gerações - O Papai Noel dos Correios vai além de um presente. É um encontro entre quem escreve e quem lê, uma linha que liga a realidade de crianças de até 10 anos, muitas em situação de vulnerabilidade social, com pessoas dispostas a oferecer mais do que um brinquedo: atenção, escuta, esperança.
A mecânica é simples. Cartinhas escritas por alunos da rede pública ou de instituições sociais são disponibilizadas nas agências dos Correios e no blog oficial da campanha. Quem adota uma cartinha assume o compromisso de ser Papai Noel por um dia. Em um Brasil com tantas urgências, há algo revolucionário nesse gesto: parar, ouvir e atender ao pedido de quem, muitas vezes, só quer um pouco de magia.
Os Correios cuidam do resto. Embalam, entregam e garantem que o presente chegue às mãos certas. Em cidades pequenas ou grandes metrópoles, a operação logística é um dos trunfos que fazem a campanha funcionar. Este ano, a expectativa é superar o recorde de 2023, provando que solidariedade não tem limites.
Um agradecimento iluminado - A Carreata de Luz é a retribuição dos Correios à sociedade que sustenta a campanha há 35 anos. “São gerações inteiras que participaram, primeiro como crianças que escreviam cartinhas e depois como adultos que passaram a adotá-las”, lembrou Fabiano dos Santos. O desfile é mais do que um gesto simbólico: é uma forma de manter vivo o ciclo de generosidade que marca a história da campanha.
Ao final da carreata, quando os caminhões retornaram à sede dos Correios, na Consul Assaf Trad, as luzes permaneceram acesas por alguns minutos, como um último aceno à cidade. Em silêncio, os espectadores foram embora, mas o brilho da noite continuou, como que gravado na memória coletiva.
O Natal dos Correios é assim: uma mistura de luz, logística e amor. E enquanto houver cartinhas escritas, haverá alguém para ler.
