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23 de setembro de 2025 - 20h23
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CELEBRIDADES

'Hipocrisia absurda': Carol Castro critica coroação de Virginia Fonseca na Grande Rio

Atriz condena escolha da influenciadora como rainha de bateria em enredo que homenageia movimento de resistência

23 setembro 2025 - 16h35Daniel Vila Nova
Carol Castro critica coroação de Virginia Fonseca na Grande Rio: hipocrisia absurda
Carol Castro critica coroação de Virginia Fonseca na Grande Rio: "hipocrisia absurda" - @castrocarol e @granderio via Instagram
Terça da Carne

A coroação de Virginia Fonseca como Rainha de Bateria da Grande Rio para o Carnaval 2026 continua gerando polêmica. Desta vez, a atriz Carol Castro, que já ocupou o posto à frente da bateria do Salgueiro, voltou a criticar publicamente a decisão da escola de samba. Em entrevista publicada nesta terça-feira (23) pela revista IstoÉ Gente, Carol chamou a escolha de “hipocrisia pura” e disse estar incrédula com a incoerência da situação.

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A crítica de Carol se refere à recente participação de Virginia na CPI das Apostas Esportivas, onde a influenciadora admitiu fazer publicidade para plataformas de jogos online, conhecidos por causar vício e prejuízos financeiros a famílias. Para a atriz, é contraditório que uma figura envolvida nesse tipo de polêmica seja exaltada em um papel simbólico no carnaval, especialmente em um enredo que fala de resistência social.

“Na mesma semana em que a pessoa estava numa CPI falando de bets, de jogos que enriquecem às custas da perda do outro, lucrando em cima da desgraça alheia, ela aparece posando como se nada fosse”, declarou Carol. Ela também contestou a naturalização do tema: “Não estamos falando de cigarro, bebida ou qualquer outra comparação que tentam fazer para amenizar. Ali, diante das câmeras, dizia que joga, que está tudo legalizado, quando não está. É calunioso, é mentira.”

O enredo da Grande Rio para o próximo carnaval presta homenagem ao Manguebeat, movimento cultural pernambucano criado nos anos 1990, que ficou marcado pelo engajamento social e crítica às desigualdades no Recife. Para Carol, a escolha de Virginia para representar esse discurso é incoerente. “Se fosse qualquer outro enredo, talvez eu nem tivesse comentado. Mas justamente um que fala de luta e resistência? É uma hipocrisia absurda”, disparou.

Ainda na entrevista, Carol demonstrou indignação com a naturalização da situação: “Gente, que Brasil é esse? Que país é esse em que a pessoa tira selfie, tira sarro, ri, repete o que o advogado mandou falar e, três dias depois, está sendo anunciada como rainha de bateria de um samba-enredo?”

A atriz também rebateu críticas de que suas falas seriam motivadas por inveja. “Não tem nada a ver com eu querer ser rainha de bateria da Grande Rio, até porque hoje em dia eu nem teria joelho para isso”, ironizou. “Adoro carnaval, adoro samba, mas acredito que esse espaço deveria ser ocupado por alguém da comunidade.”

A polêmica em torno da presença de celebridades e influenciadores nas escolas de samba, especialmente em papéis de destaque, como o de rainha de bateria, não é nova. A discussão sobre pertencimento, representatividade e mercantilização do carnaval se reacende sempre que uma personalidade distante das comunidades do samba ocupa espaços tradicionalmente ligados à cultura de raiz.

Enquanto a Grande Rio aposta na visibilidade que nomes como o de Virginia Fonseca trazem para o desfile, vozes como a de Carol Castro reacendem o debate sobre o papel social e político do carnaval, especialmente quando o samba enredo carrega mensagens de resistência.

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