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Com diversas obras de revitalização na capital, a acessibilidade urbana tem sido pauta para lojistas e portadores de deficiência. O jornal A Crítica esteve hoje (09) nas ruas do Centro, para saber a opinião da população sobre o assunto.

A vendedora Ludmila dos Santos, 23, comenta que a situação da Avenida Rui Barbosa, em frente ao seu comércio, está precária, mas que espera melhorias após a revitalização. “Está bem precário, principalmente para os deficientes, muito buraco, e ali na frente já não tem mais piso tátil. As pessoas tem que estar levando eles lá na esquina, acho meio perigoso. Estamos esperando a revitalização para ver se vai dar uma melhorada”, enfatiza
O policial aposentado, Eduardo Higa, 47, deficiente visual, relata que já precisou de ajuda para conseguir atravessar as ruas do centro. “Relacionado às questões de atravessar a rua. Já precisei de ajuda sim, justamente pelo fato de sentir insegurança. Por exemplo, Campo Grande não tem o tempo que o sinal fica vermelho, para as duas vias ou semáforos com sinais sonoros que existem só em alguns lugares e que deveria ter em todas as ruas, porque isso dá autonomia para pessoa com deficiência”, explica.
A vendedora Ludmila conta que já presenciou um acidente com PcD na avenida, e que a situação é complicada. “Vi uma vez um rapaz cego, ele tropeçou no buraco que surgiu depois de retirarem uma árvore. Depois as pessoas ajudaram ele. Como ali para frente não tem mais o piso para seguir, ele acabou tropeçando”, explica.
O programa Reviva Campo Grande, responsável pelas obras do centro no atual momento, realiza avaliações com pessoas do grupo PcD, para vistorias que visam a acessibilidade nas atuações.
Eduardo Higa participou de uma destas iniciativas. “Eu participei de uma comissão, no CRES, chamada comissão de acessibilidade. Lá, a gente acompanhava os projetos que tinham na prefeitura, até nas questões da urbanização. E, até isso acabou também, eu não sei porque. Mas o nosso prefeito tem colaborado, tem tentado, fez muita coisa. O que falta é educação no trânsito. A prefeitura podia desempenhar campanha que levasse mais consciência relacionada às questões das faixas, não só para pessoas com deficiência, mas para as pessoas em geral ``, sugere.
Para o auxiliar de cozinha, Edvaldo Santos, 23, a situação agora está normalizada, mas teve dias que as obras atrapalharam bastante. “Está normal. alguns dias atrapalhou bastante, mas agora melhorou. No dia que forem vir para fazer as calçadas vai ficar bem difícil para as pessoas. Ficará meio restrito para eles”, acrescenta.
Edvaldo acredita que a revitalização trará benefícios, principalmente em questão das calçadas com níveis desregulados. “Vai ser melhor, porque tem várias partes que estão todas desreguladas, desniveladas. Então, se realmente mudar, será um benefício para as pessoas”, explica.
A Rua 14 de Julho, foi uma das primeiras a ser revitalizada na Capital, atualmente conta com piso tátil, semáforos com sinais sonoros para travessia de pedestres e Trafic Calming, a faixa nivelada com a calçada.
Apesar do centro contar com novas medidas de acessibilidade, os bairros da capital não seguem o mesmo ritmo. “Os bairros não têm acessibilidade. Isso é uma lenda. Primeiro porque as calçadas, elas são irregulares, não têm um padrão, não tem normatização. Então, se você muda de uma quadra pra outra, já muda também as questões da pista tátil, da rampa para o cadeirante. É totalmente precário, muito difícil, infelizmente.” , desabafa o policial aposentado, Eduardo Higa.
