
Foi lançado nesta segunda-feira (10) o Plano de Ações de Políticas Públicas para as Mulheres. Além do anúncio de projetos e programas para o mês de março, a prefeitura apresentou a terceira edição do Dossiê Mulher campo-grandense, documento que reúne dados sobre a violência contra mulheres na cidade.

Na ocasião, a prefeita Adriane Lopes (PP) destacou a necessidade de investimentos contínuos para a manutenção da Casa da Mulher Brasileira, enfatizando que os recursos federais que garantiram a implantação do equipamento se esgotaram há anos. “Nós estamos provocando o governo federal e o governo estadual para essa ampliação. A Casa da Mulher Brasileira precisa de manutenção constante. O recurso veio para a Casa apenas nos anos de 2015 e 2016, e nossa provocação é para que haja continuidade desse financiamento”, afirmou.
A prefeita também anunciou a formação de um grupo de trabalho para discutir a expansão da Casa da Mulher Brasileira, com participação do vice-governador Barbosinha, além de representantes da Secretaria Executiva da Mulher e da Casa da Mulher Brasileira. Segundo ela, há um esforço conjunto para garantir recursos que possibilitem a ampliação do espaço e a qualificação do atendimento.
A prefeita Adriane Lopes - (Foto: Rafael Rodrigues)
“Os municípios sozinhos não conseguem gerir esse desafio. Precisamos de políticas públicas tripartite. A ampliação da Casa da Mulher Brasileira está sendo discutida nesse grupo de trabalho, e acredito que juntos vamos avançar”, ressaltou Adriane. A reforma do prédio, prevista para este ano, foi adiada a pedido do governo estadual para que o projeto de ampliação seja executado de forma conjunta.
A chefe do Executivo municipal também mencionou que, em 2017, quando era vice-prefeita, a Casa da Mulher Brasileira chegou a enfrentar a ameaça de fechamento, o que reforça a necessidade de um financiamento permanente. “Nós tivemos uma provocação para o fechamento da Casa da Mulher de Campo Grande, mas conseguimos a realização de um concurso e garantimos a continuidade da política. Agora, queremos que essa política tenha sustentabilidade com apoio do governo federal, estadual e municipal”, completou.
A seguir, os dados do Dossiê Mulher Campo-Grandense 2025, que apresenta o número de mulheres cadastradas, atendidas e os encaminhamentos realizados nos últimos anos:
Ano | Mulheres cadastradas no Sistema Iris - CMB | Mulheres atendidas na recepção | Encaminhamentos realizados nos setores integrados de atendimento |
---|---|---|---|
2015 | 6.322 | 8.709 | 36.821 |
2016 | 6.983 | 13.151 | 72.222 |
2017 | 6.973 | 12.170 | 70.984 |
2018 | 6.464 | 15.904 | 114.445 |
2019 | 5.178 | 13.638 | 148.548 |
2020 | 5.436 | 12.936 | 116.427 |
2021 | 5.320 | 12.596 | 186.374 |
2022 | 5.020 | 12.598 | 186.459 |
2023 | 5.135 | 15.018 | 194.124 |
2024 | 5.320 | 15.043 | 138.330 |
Total | 51.731 | 131.763 | 1.301.168 |
Fonte: Elaboração SEMU/2025.
Programas garantem assistência e capacitação para mulheres - Durante a solenidade, a secretária executiva da Mulher, Angélica Fontanari, apresentou um conjunto de programas voltados para a assistência e qualificação profissional feminina. Entre eles, o Sorrindo pra Vida, voltado para mulheres vítimas de violência que sofreram danos na face e nos dentes devido às agressões. O projeto fornecerá tratamento odontológico gratuito em parceria com universidades. “Nossa meta é atender de 50 a 60 mulheres por semana. As vítimas de violência terão prioridade, mas, caso as vagas não sejam preenchidas, abriremos para outras mulheres da cidade”, explicou Fontanari.
Outro destaque foi o Mulheres Inclusivas, que busca ampliar o acesso da comunidade surda às políticas públicas de proteção e capacitação. “Temos na nossa equipe o primeiro assistente social surdo formado no estado, o terceiro do Brasil. Ele fará palestras preventivas para a comunidade surda de toda a cidade”, pontuou a secretária.
Outro destaque foi o Mulheres Inclusivas, que busca ampliar o acesso da comunidade surda às políticas públicas de proteção e capacitação
Já o projeto Escola de Capacitação para Mulheres (ESCAP) oferecerá cursos gratuitos, tanto na modalidade presencial quanto a distância. Ao todo, serão 31 cursos presenciais e 40 em formato EAD, selecionados de acordo com a demanda do mercado de trabalho. “Nós montamos um telecentro dentro da nossa secretaria para atender mulheres que não têm acesso à internet e precisam de suporte para a capacitação”, explicou Fontanari. Os cursos terão certificação válida para processos seletivos em órgãos públicos da capital e do estado.
Investimentos no recomeço e independência financeira - Outro programa anunciado foi o Recomeçar Moradia, que amplia o apoio habitacional para mulheres em situação de vulnerabilidade. Segundo Adriane Lopes, o investimento, que antes era feito ao longo de dois anos, agora será concentrado em um único ano, com um aporte de R$ 600 mil em 2025.
Além disso, a prefeitura reforçou as ações voltadas para a inserção feminina no mercado de trabalho, por meio de parcerias com o Sebrae e o Ministério da Educação. O programa Mulheres 1.000, que no ano passado capacitou mais de 600 mulheres para o setor administrativo, agora será expandido para outras regiões da cidade.
Durante a solenidade, a secretária executiva da Mulher, Angélica Fontanari, apresentou um conjunto de programas voltados para a assistência e qualificação profissional feminina
“Esse projeto tem rotatividade e está percorrendo os bairros de Campo Grande. Nossa ideia é garantir capacitação técnica para que as mulheres tenham independência financeira e possam conquistar seu espaço na sociedade”, destacou Adriane Lopes.
O evento contou com a presença da prefeita Adriane Lopes, do secretário municipal de Governo e Relações Institucionais, Youssif Domingos, e da secretária executiva da Mulher, Angélica Fontanari.
