Campo Grande está consolidando um modelo inovador de desenvolvimento urbano sustentável, reunindo ações de preservação ambiental, estímulo à agricultura familiar, reflorestamento, ecoturismo e compromisso com a neutralidade de carbono. Sob a coordenação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável (SEMADES) e da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (PLANURB), essas políticas públicas estão sendo articuladas de forma transversal para tornar a capital sul-mato-grossense uma cidade mais resiliente, inclusiva e ambientalmente equilibrada.
Essas iniciativas deverão ser apresentadas como modelo positivo durante a COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorrerá em novembro deste ano, em Belém do Pará. Campo Grande participará apoiando o Governo do Estado e contribuindo com um documento oficial de boas práticas ambientais, demonstrando sua capacidade de alinhar ações locais aos objetivos globais de preservação e desenvolvimento sustentável.
Um dos pilares do modelo adotado pela Prefeitura é o apoio direto aos pequenos produtores rurais, promovendo segurança alimentar, geração de renda e abastecimento de alimentos saudáveis. A integração entre campo e cidade vem sendo estimulada por meio da criação de hortas urbanas comunitárias, muitas delas mantidas em parceria com escolas, associações de bairro e instituições sociais.
Essas ações reforçam a autonomia alimentar das comunidades e contribuem para o fortalecimento da economia local com base em práticas agroecológicas. Além disso, fomentam o envolvimento social com o cuidado coletivo dos espaços urbanos e com a educação ambiental.
Outra frente de destaque no programa de sustentabilidade de Campo Grande é o plantio de árvores nativas e frutíferas, promovido pela SEMADES por meio de um programa contínuo de doação de mudas. Com produção estimada em 250 mil mudas por ano, o viveiro municipal abastece ações de reflorestamento urbano, restauração de matas ciliares e sombreamento de áreas públicas, fundamentais para o equilíbrio térmico e aumento da biodiversidade.
Espécies como ipês de várias cores, flamboyant-mirim, jabuticaba, acerola, pitanga e quaresmeira compõem o catálogo disponível à população e a entidades interessadas em contribuir com o reflorestamento da cidade. “Quando a gente planta árvores, cuida das nascentes e recupera nossos córregos, estamos não só valorizando o meio ambiente, mas também contribuindo para um futuro com mais qualidade de vida”, afirma Ademar Silva Jr, secretário da SEMADES.
A recuperação de nascentes e córregos urbanos é outro destaque da política ambiental do município. Ações de reflorestamento das margens, contenção de erosões e requalificação ambiental dos corpos hídricos têm contribuído para a melhoria da qualidade da água, prevenção de enchentes e revalorização dos espaços naturais dentro da malha urbana.
Essas medidas estruturantes fazem parte de um esforço para adaptar Campo Grande às mudanças climáticas, promovendo a resiliência hídrica e protegendo o abastecimento futuro.
Um ponto estratégico da política de sustentabilidade da capital é o incentivo ao birdwatching, a prática de observar aves em ambiente natural, que vem crescendo em popularidade no Brasil e no mundo. Com mais de 350 espécies registradas, Campo Grande está aproveitando seu rico patrimônio natural para desenvolver o ecoturismo e a educação ambiental.
Parques como o das Nações Indígenas e áreas restauradas próximas às nascentes têm se tornado pontos de visitação de turistas e observadores de aves, fortalecendo o turismo responsável e agregando valor à conservação ambiental. “A adoção de ações sustentáveis de carbono neutro é essencial para consolidar Campo Grande como um destino turístico comprometido com a preservação ambiental”, explica Wantuyr Tartar, gerente de Turismo da SEMADES.
Com a meta de tornar Campo Grande uma cidade carbono neutro, a Prefeitura tem implementado ações integradas de gestão energética, mobilidade sustentável, planejamento urbano verde e compensação de emissões. A ideia é alinhar a estratégia local com as recomendações do Acordo de Paris e das Conferências do Clima da ONU.
Além da participação na COP 30, a cidade também se prepara para sediar a COP 15 sobre Biodiversidade, marcada para março de 2026. A expectativa é que a conferência posicione Campo Grande como referência internacional em políticas ambientais urbanas, fortalecendo ainda mais o protagonismo brasileiro na agenda climática.
“Atualmente, há uma janela de oportunidade dentro das agendas globais, incluindo transição energética, segurança alimentar e sustentabilidade. Campo Grande tem condições de ser uma referência real dentro desses eixos”, afirma Paulo César Fialho, gerente de Integração e Parcerias da SEMADES e coordenador das ações da Prefeitura nas COPs.
A realização da COP 30 em Belém do Pará, no coração da Amazônia, e da COP 15 em Campo Grande, no bioma Cerrado, cria uma conexão simbólica e estratégica entre dois dos ecossistemas mais importantes do planeta. Ao contribuir com a formulação de políticas locais que dialogam com os desafios globais, Campo Grande se insere de forma ativa nas decisões que moldam o futuro ambiental da humanidade.
Com ações concretas e projetos replicáveis, a cidade pretende mostrar que é possível promover desenvolvimento econômico, inclusão social e equilíbrio ecológico, mesmo em centros urbanos em crescimento.
