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Após 50 trocas por vandalismo, cidade do RS decide não consertar mais luminárias de parque

Prefeitura de Campo Bom alega desperdício de recursos e instala placas avisando que não fará novas reposições no Parcão Sady Schmidt

2 agosto 2025 - 12h50Caio Possati
Prefeitura de Campo Bom instalou placas informando que não vai mais realizar a troca de lâmpadas que foram vandalizadas.
Prefeitura de Campo Bom instalou placas informando que não vai mais realizar a troca de lâmpadas que foram vandalizadas. - Foto: Prefeitura de Campo Bom

A Prefeitura de Campo Bom, cidade localizada a cerca de 60 km de Porto Alegre, decidiu parar de substituir as luminárias danificadas por vandalismo no Parcão Sady Arnildo Schmidt. A medida, anunciada na última quinta-feira (31), foi tomada após mais de 50 trocas de postes apenas em 2024, o que, segundo a administração, representa um desperdício de dinheiro público provocado por "uma minoria que não respeita o espaço coletivo".

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O parque, que foi inaugurado em abril de 2023, conta com uma área verde de 2 mil metros quadrados, quadras esportivas, fonte luminosa, chimarródromo e outras instalações. As luminárias afetadas fazem parte de um trilho que delimita a área e reforça a segurança dos frequentadores.

Placas alertam que peças não serão mais substituídas

Para comunicar a nova decisão, o município instalou placas com a frase: "Consertamos inúmeras vezes, mas vândalos continuam estragando... Não consertaremos mais". A prefeitura afirmou que os atos de vandalismo causaram altos custos e desgaste recorrente no sistema de iluminação do parque.

Em nota oficial, o Executivo municipal declarou: “Repetidos atos de vandalismo têm destruído esses postes, gerando altos custos de manutenção. Desde o início do ano, mais de 50 luminárias já precisaram ser substituídas — um número que não só representa desperdício de recursos, mas também o descaso de uma minoria com um espaço pensado para o bem de todos.”

O prefeito Giovani Feltes (MDB) afirmou que é frustrante ver um espaço tão recente sendo constantemente depredado. Para ele, o prejuízo não atinge apenas o poder público, mas toda a população da cidade, que tem cerca de 63 mil habitantes, conforme dados do IBGE.

“A cidade é de todos nós, e cada bem público precisa ser valorizado. Manter, cuidar e preservar é um dever coletivo, porque quem perde com o vandalismo é toda a comunidade”, declarou.

População critica decisão e cobra ações mais eficazes

A atitude da prefeitura gerou reações nas redes sociais. Alguns usuários consideraram a medida injusta com quem usa o parque de forma responsável. As principais críticas apontam que o município deveria reforçar a fiscalização e buscar responsabilizar os autores dos danos.

“Está errada essa placa. Devemos descobrir quem são os vândalos, puni-los e, sim, manter as luminárias em ordem. São esses pensamentos que fazem a sociedade sucumbir à criminalidade”, disse um morador.

Outra usuária questionou a abordagem do poder público: “Não entendi. É a população que vandaliza ou os marginais? Seria mais prudente uma placa dizendo que haverá punição para os responsáveis pela depredação, e não culpar a população. Cabe à prefeitura fiscalizar e punir”.

Prefeitura diz que continua investindo em áreas públicas

Em meio à polêmica, a administração reforçou que seguirá investindo em espaços de lazer, infraestrutura, saúde e esporte, mas alertou que o uso consciente desses locais é essencial.

“Esse esforço só tem sentido se houver, por parte da população, o mesmo compromisso em respeitar e preservar”, concluiu o comunicado oficial.

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