O inverno mudou o ritmo de vendas na Ceasa/MS (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande. Enquanto o consumo de frutas cai com as temperaturas mais baixas, legumes e hortaliças ganham destaque nas feiras e nas prateleiras. Produtos como batata, cenoura, abóbora, coentro e salsinha passaram a ter aumento expressivo na procura, de acordo com comerciantes e gestores do entreposto.
Fernando Begena, diretor de Abastecimento e Mercado da Ceasa/MS, destaca a mudança de hábitos da população nesta época do ano. “Essas hortaliças incrementam uma infinidade de sopas e caldos, muito consumidos pela população nesse período. Quem busca qualidade, sem dúvida, encontra esses produtos aqui na Ceasa/MS”, afirma.
Legumes ganham protagonismo com a chegada do frio - Na JS Saraíva, empresa instalada no entreposto, o reflexo da estação é visível. Além da tradicional batata-doce, a empresa oferece abóbora comum, moranga, cabotiá e alho – todos com alta nas vendas.
Segundo Edson Carlos, vendedor da JS, a procura por esses itens cresce consideravelmente entre junho e agosto. “No frio, os clientes tendem a adotar uma alimentação mais ‘pesada’, com mais condimentos e legumes cozidos ou em caldos, feitos com os legumes que nós comercializamos”, explica. Segundo ele, o aumento nas vendas chega a 30% em relação a outros períodos do ano.
Além dos vegetais clássicos, as chamadas "verduras de cheiro" – como salsinha, cebolinha e coentro – também são mais procuradas, já que são ingredientes básicos para dar sabor a caldos e sopas caseiras.
Frutas sentem impacto do inverno, mas ainda mantêm demanda - Se por um lado os legumes ganham força, o setor de frutas enfrenta desafios no período de frio. De acordo com Wandré Barbosa, proprietário da WB Bananas, as baixas temperaturas prejudicam a qualidade de algumas frutas, que são mais sensíveis às doenças climáticas.
“Algumas das regiões produtoras de onde trazemos nossas mercadorias acabam enfrentando doenças nesse período. E, mesmo diante da queda no consumo, ainda conseguimos manter a qualidade e atender o público, que não deixa de comprar a banana”, afirma Barbosa.
Mesmo com o consumo em queda, frutas como banana ainda mantêm certa estabilidade na demanda. No entanto, outras variedades, como a melancia, são fortemente impactadas.
Melancia tem queda de até 70% nas vendas e preço mais atrativo - Na WR Hortifruti, do pavilhão da Coop-Grande (Cooperativa Agrícola de Campo Grande), a melancia está em plena safra e com o estoque abastecido. Mas o gerente da empresa, Ruan Carlos Souza, confirma que a fruta sofre forte retração no consumo nos dias frios.
“Por ser uma fruta muito refrescante, o cliente prefere consumi-la no calor, então é natural uma queda nas vendas nesse período. A redução nas vendas da fruta chega a 70% e como a procura diminui, baixamos os preços para atrair mais vendas”, explica Souza.
Atualmente, o quilo da melancia está sendo comercializado a cerca de R$ 1,50, valor considerado atrativo, segundo a Dimer (Divisão de Mercado e Abastecimento).
Oportunidade para o consumidor - O inverno pode ser a estação ideal para quem deseja economizar na compra de frutas e verduras. Com a redução nos preços e a maior oferta de legumes para caldos e sopas, a Ceasa/MS se torna uma boa opção de abastecimento tanto para comerciantes quanto para consumidores finais.
Além disso, com a variedade de produtos e a possibilidade de comprar diretamente de produtores e atacadistas, é possível encontrar alimentos frescos e de qualidade com preços mais acessíveis.
O diretor Fernando Begena reforça o papel estratégico do entreposto na alimentação da população sul-mato-grossense. “A Ceasa/MS segue sendo um polo fundamental para o abastecimento e acesso a alimentos frescos. O inverno é só mais um momento em que essa relevância se destaca, com a adaptação das demandas e a manutenção da qualidade”, completa.
Expectativa para os próximos meses - Com a previsão de temperaturas ainda baixas para julho e início de agosto, os comerciantes da Ceasa/MS esperam que o movimento siga aquecido, principalmente nos segmentos de hortaliças e legumes.
A tendência é que alimentos tradicionais da culinária de inverno, como abóbora, batata, cenoura, alho e temperos verdes continuem como os grandes protagonistas da estação.
Enquanto isso, o setor de frutas busca estratégias para minimizar os impactos da sazonalidade, apostando na qualidade do produto e em promoções para manter o interesse do público.
