Uma pesquisa da Nexus, divulgada nesta segunda-feira (20), revelou que 63% dos brasileiros já utilizaram alguma ferramenta de inteligência artificial (IA) generativa, como ChatGPT, Gemini, Copilot, Midjourney ou IA do Canva. O estudo aponta ainda que 51% da população acredita que, em certas situações, essas plataformas são capazes de tomar decisões melhores do que as feitas por seres humanos.
O levantamento, realizado entre 26 de agosto e 1º de setembro com 2.012 pessoas em todas as 27 unidades da federação, também revelou um avanço no uso diário da tecnologia: 16% dos entrevistados afirmaram utilizar IA todos os dias, enquanto outros 20% acessam as plataformas algumas vezes por semana.
Opinião pública é majoritariamente favorável ao uso da IA - De acordo com o estudo, seis em cada dez brasileiros veem a presença da IA de forma positiva no cotidiano. Apenas 25% disseram ter uma percepção negativa sobre essas tecnologias. A aceitação é maior entre homens (67%), pessoas com renda superior a cinco salários mínimos (65%), jovens entre 18 e 30 anos (63%) e quem possui ensino superior (63%).
Já a resistência à IA aparece principalmente entre mulheres (31%), pessoas com ensino fundamental (28%), moradores da região Nordeste (49%) e indivíduos com mais de 60 anos (33%).
Geração Z acredita no potencial decisório da IA - A crença de que as IAs podem tomar decisões superiores às humanas é mais comum entre os jovens da chamada geração Z. Entre os brasileiros de 18 a 30 anos, 64% compartilham essa opinião. Já entre os que discordam dessa ideia, destacam-se os entrevistados acima de 60 anos (57%) e aqueles com escolaridade até o ensino fundamental (51%).
O estudo mostra que, mesmo com o crescimento do uso, 36% dos brasileiros ainda nunca utilizaram nenhuma ferramenta de IA. Outros 18% afirmaram recorrer a esse tipo de tecnologia apenas ocasionalmente.
Inteligência artificial influencia compras e comportamento - A pesquisa também revelou que 37% dos brasileiros já foram influenciados por sistemas de IA ao realizar alguma compra. Essa influência é ainda mais forte entre os jovens de 18 a 30 anos (46%), pessoas com ensino superior (44%) e aqueles com renda mais elevada (45%).
Entre os usos mais comuns da IA estão a busca por informações (48%), apoio em estudos (45%), criação de conteúdo (41%) e entretenimento (39%). Além disso, 38% dos entrevistados usam a tecnologia para questões de saúde e bem-estar ou para automatizar tarefas do dia a dia. Melhorar a produtividade também aparece como motivação para 37% dos usuários.
Marcelo Tokarski, CEO da Nexus, analisa que os dados reforçam a urgência de adaptação por parte de empresas: "Não há como negar o impacto dessa geração de conteúdo, o que sugere a necessidade, por parte das empresas, de preparação, estratégia e adaptação a uma realidade que está aí".
Temas complexos também estão na mira dos usuários - Cerca de 30% dos entrevistados afirmaram usar plataformas de IA para compreender assuntos considerados complexos, como política, economia e ciências. A versatilidade das ferramentas e sua capacidade de traduzir informações difíceis para uma linguagem acessível têm sido um atrativo para esse público.
