
O número de instituições sem fins lucrativos no Brasil continua crescendo. Em 2023, o país tinha quase 600 mil fundações privadas e associações (Fasfil) em atividade, segundo dados divulgados pelo IBGE. O aumento foi de 4% em relação ao ano anterior, o que representa cerca de 23 mil novas entidades em apenas doze meses.
Essas organizações estão presentes em diferentes áreas, mas a maioria é de caráter religioso, somando mais de 210 mil unidades, o que equivale a um terço do total. Também se destacam as entidades voltadas à cultura e recreação, assistência social e defesa de direitos, que juntas representam uma parte expressiva do terceiro setor no país.
A região Sudeste concentra o maior número dessas organizações, com mais de 43% do total, seguida pelo Nordeste (22%) e Sul (19,5%). Mesmo assim, o IBGE aponta que há entidades ativas em todos os estados brasileiros, com forte presença em municípios pequenos e médios.
Essas instituições são responsáveis por oferecer serviços e ações em áreas como educação, cultura, meio ambiente, saúde, proteção animal e direitos humanos, muitas vezes atendendo comunidades onde o poder público tem pouca presença.
Empregos e remuneração - O levantamento também mostra que o setor gerou mais postos de trabalho. O número de trabalhadores com carteira assinada em fundações e associações cresceu 3,3% em 2023, o que equivale a 87 mil novas vagas formais. Ao todo, 2,7 milhões de pessoas trabalham nessas organizações.
A média salarial no setor ficou em torno de R$ 3,6 mil, valor 5% maior que o registrado em 2022. As mulheres representam a maioria da força de trabalho, quase 69% dos empregados, embora ainda recebam, em média, menos que os homens.
Mesmo com o aumento no número de empregos, a maioria das entidades não tem funcionários registrados: cerca de 510 mil instituições (85%) funcionam apenas com voluntários ou prestadores de serviço temporários.
Entre as áreas de atuação, o ramo de educação e pesquisa é o que mais emprega, concentrando quase 28% dos trabalhadores do setor, mesmo representando apenas 4,8% das entidades. Isso mostra o peso das escolas, universidades comunitárias e centros de estudo dentro do terceiro setor brasileiro.

