
O número de bebês registrados no Brasil em 2024 caiu 5,8% em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo IBGE. É a maior queda anual desde o início dos anos 1990. Foram 2.442.726 nascimentos em todo o país, 146 mil a menos do que em 2023.
A tendência de queda na natalidade completa agora seis anos seguidos, e o recuo de 2024 foi mais intenso do que o registrado em momentos críticos, como a pandemia de Covid-19, em 2020, e o surto de Zika, em 2016.

Por que está nascendo menos gente no Brasil? - Apesar de o IBGE ainda não ter os microdados do Censo de 2022 que permitiriam análises mais detalhadas, especialistas apontam três fatores principais:
Queda da fecundidade (menos filhos por mulher);
Envelhecimento da população;
Adiamento da maternidade, sobretudo entre as mulheres mais jovens.
Nos últimos 20 anos, a maternidade na adolescência caiu de 20,8% para 11,3%. E a faixa etária das mães mudou: em 2004, mais da metade dos nascimentos era de mulheres com até 24 anos; em 2024, esse percentual caiu para 34,6%.
Brasil está envelhecendo mais rápido - O envelhecimento da população também aparece nos dados sobre mortes. Em 2024, o Brasil teve um aumento de 4,6% nos óbitos — 65.811 registros a mais do que no ano anterior. A expectativa de vida atual no país é de 76,6 anos.
Segundo o IBGE, 90,9% das mortes foram por causas naturais. Já os óbitos por causas externas (como acidentes e violências) representaram 6,9%. Em 2,2% dos casos, não foi possível determinar a causa.
O crescimento no número de mortes ocorreu em todas as regiões do país e acompanha a projeção do instituto: a população brasileira deve começar a encolher a partir de 2042.

