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12 de outubro de 2025 - 22h11
SENAR
INTERNACIONAL

Brasil busca na China modelos para integrar América do Sul e modernizar o SUS

Comitiva brasileira visita o Porto de Xangai e hospital de alta tecnologia para fortalecer comércio e impulsionar inovação no sistema de saúde

12 outubro 2025 - 19h15
Brasil busca integrar comércio com a Ásia e modernizar o SUS com tecnologias chinesas.
Brasil busca integrar comércio com a Ásia e modernizar o SUS com tecnologias chinesas. - (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, está na China para tratar de investimentos estratégicos voltados à integração entre América do Sul e Ásia. A missão oficial, que vai até 17 de outubro, inclui também o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e pretende avançar em dois eixos principais: o fortalecimento da logística comercial via Pacífico e a adaptação de um modelo chinês de hospital inteligente ao SUS.

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O ponto alto da visita será o Porto de Xangai, um dos mais movimentados do mundo e peça-chave na chamada Rota de Integração Sul-Americana. O Brasil vê na conexão com o Porto de Chancay, no Peru, uma oportunidade de tornar o fluxo de exportações para a Ásia mais rápido, barato e sustentável, evitando rotas tradicionais como o Canal do Panamá e o de Suez, que impõem altos custos com pedágios.

Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), a rota pelo Pacífico reduz a distância marítima a 17.230 quilômetros, encurta o tempo de viagem para 27 dias e diminui o custo logístico para US$ 80 por tonelada. Além disso, há uma vantagem ambiental: a menor emissão estimada de CO, com 1,45 quilo por tonelada transportada.

Durante a missão, Tebet e Padilha também participam de encontros com investidores e empresários chineses para discutir parcerias e oportunidades de financiamento.

Hospital chinês inspira modelo de saúde inteligente no Brasil - Outro foco da visita está na área da saúde. A comitiva vai conhecer o Zhejiang Hospital, instituição pública que é referência em uso de inteligência artificial, telessaúde e automação hospitalar. O objetivo é adaptar esse modelo ao contexto brasileiro, por meio da construção de uma unidade hospitalar moderna e inteligente que atenda às necessidades do SUS.

O projeto já teve seu financiamento aprovado pela Comissão de Financiamento Externo (Cofiex) do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do BRICS. Serão investidos US$ 320 milhões na infraestrutura, compra de equipamentos médicos e qualificação de profissionais.

Coordenado pelos ministérios da Saúde e do Planejamento, o plano prevê a criação de um modelo hospitalar inteligente que possa ser replicado em outras regiões do país. “Essa iniciativa de impacto associará não só a capacidade financeira do NDB, como também uma significativa expertise e cooperação tecnológica”, afirmou o MPO em nota oficial.

A proposta está na fase de preparação e passará por análise final do NDB antes de seguir para negociação. O projeto é conduzido por uma força-tarefa que reúne a Secretaria de Assuntos Internacionais do MPO, o Tesouro Nacional, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e o Ministério da Saúde.

O Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil) será construído em São Paulo, no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. A unidade reunirá tecnologias do Brasil, da China e de outros países do BRICS, funcionando como um centro de referência em inovação médica.

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