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25 de outubro de 2025 - 19h44
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INTERNACIONAL

Brasil assina convenção da ONU que cria o primeiro tratado global contra crimes cibernéticos

Acordo firmado em Hanói por 65 países estabelece cooperação internacional permanente e inclui punição a fraudes, ransomware e abuso sexual online

25 outubro 2025 - 17h00Alexandre Rocha
Brasil e mais 65 países assinaram em Hanói a primeira convenção global contra crimes cibernéticos.
Brasil e mais 65 países assinaram em Hanói a primeira convenção global contra crimes cibernéticos. - (Foto: Freepik)

O Brasil está entre os 65 países que assinaram neste sábado (25), em Hanói (Vietnã), a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Cibernético, o primeiro tratado global voltado ao combate e à investigação de crimes cometidos no ambiente digital. O país foi representado pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, segundo o Itamaraty.

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O texto foi adotado pela Assembleia Geral da ONU em dezembro de 2024, após cinco anos de negociações. A convenção cria um arcabouço jurídico internacional que permitirá investigar, processar e cooperar na punição de delitos cibernéticos em escala global.

O Brasil teve participação de destaque nas tratativas e atuou como vice-presidente do comitê negociador da convenção. Segundo o Itamaraty, o país foi um dos responsáveis por construir consensos entre diferentes blocos de nações, o que viabilizou a conclusão do texto.

“Ao permitir a troca de provas eletrônicas, a convenção constituirá importante instrumento de cooperação internacional para fortalecer o combate a crimes e a proteção às vítimas”, destacou o Itamaraty em nota.

“O texto conta, ainda, com salvaguardas e garantias de proteção aos direitos humanos que devem balizar as atividades de enfrentamento a crimes cibernéticos.”

Entre os crimes tipificados pela convenção estão:

  • Ransomware (sequestro de dados para cobrança de resgate);
  • Fraudes financeiras online;
  • Compartilhamento não consensual de imagens íntimas;
  • Abuso sexual infantil por meios digitais.

O tratado também facilita o compartilhamento de provas eletrônicas entre autoridades de diferentes países e estabelece uma rede internacional de cooperação que funcionará de forma contínua.

De acordo com a ONU, a convenção será um instrumento juridicamente vinculativo, garantindo que as nações signatárias adotem legislações e mecanismos de investigação compatíveis.

Para entrar em vigor, o tratado precisa ser ratificado internamente pelos países signatários e passará a valer 90 dias após a 40ª ratificação oficial. O governo brasileiro já informou que iniciará imediatamente os trâmites para a adesão formal.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, celebrou o acordo como um marco do multilateralismo moderno:

“É um instrumento poderoso e juridicamente vinculativo para fortalecer nossas defesas coletivas contra o crime cibernético. É um testemunho do poder contínuo do multilateralismo para oferecer soluções”, afirmou.

A conferência de assinatura foi organizada pelo governo do Vietnã em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

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