
O corpo de uma baleia-jubarte foi encontrado nesta segunda-feira (21) na praia de São Conrado, zona sul do Rio de Janeiro. O animal, já em estágio avançado de decomposição, foi arrastado pela correnteza até a faixa de areia, chamando a atenção de banhistas e moradores da região.

O encalhe acontece durante a temporada de migração da espécie, quando as jubartes deixam as águas geladas da Antártica em direção ao litoral brasileiro. O percurso, que pode chegar a 9 mil quilômetros, é feito anualmente por esses gigantes dos mares entre os meses de maio e novembro.
Temporada de migração traz milhares de baleias ao Brasil
De acordo com o Projeto Baleia Jubarte, organização que monitora e atua na preservação desses cetáceos, cerca de 30 mil indivíduos passam pelas águas brasileiras todos os anos. Elas vêm em busca de águas mais quentes para reprodução e alimentação dos filhotes, principalmente nas regiões nordeste e sudeste do país.
Durante essa jornada, é comum que golfinhos acompanhem as jubartes em parte do trajeto, formando verdadeiros espetáculos naturais visíveis da costa.
Causa da morte ainda é desconhecida
Apesar do estado avançado de decomposição do animal, as autoridades ambientais ainda devem realizar uma avaliação para tentar determinar a causa da morte. Em muitos casos, encalhes como esse estão relacionados a acidentes com embarcações, ingestão de plástico, doenças ou causas naturais durante a migração.
Casos de encalhe de baleias não são incomuns nesta época do ano, principalmente devido ao intenso deslocamento da espécie. O desafio para as equipes de resgate e manejo é garantir a remoção adequada do animal, respeitando os protocolos ambientais e de saúde pública.
Conservação das jubartes é considerada um sucesso, mas exige vigilância
A baleia-jubarte é uma das espécies mais emblemáticas do oceano e já esteve próxima da extinção devido à caça comercial no século passado. Desde que passou a ser protegida por leis internacionais, sua população tem apresentado recuperação constante, sendo hoje um símbolo da conservação marinha no Brasil.
Ainda assim, especialistas alertam que ameaças como poluição, mudanças climáticas e colisões com navios seguem colocando em risco a estabilidade dessa recuperação. Por isso, a presença de animais mortos nas praias continua sendo monitorada com atenção por ambientalistas e pesquisadores.
