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Aviões quase colidem durante taxiamento no aeroporto de Guarulhos

Incidente ocorreu entre aeronaves da Azul e da Air France na pista de solo

7 agosto 2025 - 15h22Renata Okumura
Aviões da Azul e da Air France quase colidem no Aeroporto de Guarulhos.
Aviões da Azul e da Air France quase colidem no Aeroporto de Guarulhos. - (Foto: Reprodução via youtube/@aviacaogrujpd)

Dois aviões quase colidiram durante o taxiamento no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, no início da noite desta quarta-feira (6). O incidente envolveu aeronaves das companhias Azul Linhas Aéreas e Air France, e ocorreu pouco antes da decolagem dos voos. Apesar da proximidade entre os aviões, ninguém ficou ferido e as decolagens foram retomadas após os devidos procedimentos de segurança.

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Segundo a companhia Azul, o avião que operava o voo AD4547, com destino a Confins (MG), precisou ser reposicionado em solo e, posteriormente, passou por reabastecimento. Em nota, a empresa garantiu que não houve qualquer dano à aeronave e que o voo partiu normalmente rumo ao seu destino, em total segurança. “Não houve qualquer dano ou avaria no equipamento durante as manobras. O voo decolou em seguida, normalmente e em total segurança para seu destino”, destacou a Azul.

Até o momento, a Air France não se manifestou sobre o ocorrido.

O taxiamento é a fase em que a aeronave se movimenta no solo, geralmente entre o terminal e a pista de decolagem ou, no desembarque, entre a pista e o portão de desembarque. É uma etapa crítica da operação aérea, que requer coordenação precisa entre os pilotos e a torre de controle.

Ainda não há informações detalhadas sobre quem teria cometido o erro de procedimento ou se houve falha na comunicação com o controle de tráfego aéreo. O que se sabe até o momento é que os dois aviões chegaram a ficar perigosamente próximos um do outro durante essa fase, o que é classificado como "incidente grave" pelas autoridades aeronáuticas.

Procurada pela reportagem, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) ainda não se pronunciou oficialmente, mas o caso deve ser analisado tanto pela ANAC quanto pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), que pode abrir investigação para apurar as circunstâncias do incidente.

Casos como esse são tratados com atenção pelas autoridades, mesmo sem vítimas ou avarias, por envolverem risco potencial elevado. A apuração pode envolver análise das comunicações entre pilotos e torre, das gravações de vídeo do pátio do aeroporto e dos relatórios das tripulações.

Embora a maior parte da atenção do público esteja voltada à segurança em voo, incidentes no solo representam uma preocupação constante na aviação. Colisões durante o taxiamento, apesar de raras, já ocorreram em diferentes partes do mundo, inclusive com danos estruturais às aeronaves.

Fatores que podem contribuir para esse tipo de situação incluem:

  • Falta de visibilidade ou sinalização no pátio

  • Comunicação falha entre torre e pilotos

  • Falta de atenção da tripulação durante a movimentação

  • Pressão por horários de decolagem apertados

Mesmo com todos os protocolos de segurança, a complexidade de operações em aeroportos movimentados como o de Guarulhos exige coordenação minuciosa e constante vigilância.

O Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU Airport) é o maior e mais movimentado terminal aéreo do Brasil, recebendo centenas de pousos e decolagens por dia. A operação simultânea de voos domésticos e internacionais exige infraestrutura moderna e pessoal altamente capacitado, tanto nas torres de controle quanto no solo.

A rotina intensa e a complexidade da malha aérea fazem com que incidentes como esse, mesmo sem consequências graves, sirvam de alerta para possíveis falhas operacionais.

Especialistas em segurança da aviação afirmam que incidentes envolvendo taxiamento são menos frequentes que falhas em voo, mas não menos perigosos. A proximidade entre aeronaves em solo pode causar colisões com impactos estruturais sérios e colocar passageiros e tripulações em risco.

Para o engenheiro aeronáutico e consultor de segurança de voo Carlos Monteiro, o incidente em Guarulhos deve ser investigado e analisado com rigor. “Não houve acidente, mas houve risco. E risco é algo que a aviação não tolera. O sistema é construído com múltiplas barreiras para que falhas não aconteçam. Quando uma aeronave fica a metros de outra, alguma barreira não funcionou como deveria”, afirma.

Após a manobra de reposicionamento, o voo AD4547 da Azul seguiu normalmente para Confins. Não houve alteração de rota ou cancelamento de voos reportado até o momento. Os passageiros a bordo foram informados do ocorrido ainda no aeroporto, segundo relatos nas redes sociais, mas a companhia aérea não detalhou esse procedimento.

Não há informações se os passageiros do avião da Air France foram impactados ou se houve atrasos para o voo da companhia francesa.

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