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Cresce número de brasileiros que moram sozinhos, com destaque para idosos e migração para trabalho

Proporção de lares unipessoais no Brasil aumentou 52% nos últimos 12 anos; tendência está ligada ao envelhecimento e à migração

22 agosto 2025 - 09h00
Pesquisa revelou que, em quatro estados, a proporção de lares unipessoais supera 20%
Pesquisa revelou que, em quatro estados, a proporção de lares unipessoais supera 20% - (Foto: Reprodução)
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A quantidade de brasileiros que vivem sozinhos teve um salto de 52% nos últimos 12 anos, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo IBGE. Em 2024, 18,6% dos lares brasileiros eram ocupados por apenas uma pessoa, contra 12,2% registrados em 2012.

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Em números absolutos, em 2012 o Brasil contava com 7,5 milhões de residências unipessoais, em um total de 61,2 milhões de domicílios. Já em 2024, o número de lares saltou para 77,3 milhões, sendo 14,4 milhões de lares habitados por uma única pessoa.

William Kratochwill, analista da pesquisa, aponta que o crescimento das residências unipessoais está diretamente relacionado ao envelhecimento da população. A fatia de pessoas com 65 anos ou mais subiu de 7,7% para 11,2% nos últimos 12 anos. “Quarenta por cento das unidades unipessoais no Brasil são ocupadas por pessoas de 60 anos ou mais”, destacou Kratochwill, explicando que muitos desses casos envolvem viúvos ou pessoas cujos filhos criaram suas próprias famílias.

Migração para o trabalho

Outro fator que contribui para o aumento de domicílios unipessoais é a migração interna, especialmente para fins profissionais. “Nos grandes centros, é comum que as pessoas se mudem sozinhas primeiro para se estabelecer em um novo emprego, antes de trazer a família”, explicou o analista.

A pesquisa revelou que, em quatro estados, a proporção de lares unipessoais supera 20%:

  • Rio de Janeiro: 22,6%
  • Rio Grande do Sul: 20,9%
  • Goiás: 20,2%
  • Minas Gerais: 20,1%
  • Em contraste, os estados do Norte e o Maranhão apresentam números bem abaixo da média nacional:
  • Roraima: 14,7%
  • Pará: 14,6%
  • Amazonas: 14,1%
  • Amapá: 13,6%
  • Maranhão: 13,5%

Mulheres e homens

Entre as 14,4 milhões de pessoas que vivem sozinhas, a maioria são homens (55,1%), com 44,9% de mulheres. A faixa etária predominante entre os homens que moram sozinhos é de 30 a 59 anos (57,2%), com um perfil típico de pessoas que se separam ou migram sozinhas para outra localidade. Já entre as mulheres, 55,5% têm mais de 60 anos, refletindo principalmente o aumento de viúvas.

Mudanças no perfil dos domicílios

A pesquisa também identificou mudanças nas formas de organização familiar no Brasil. O modelo de família nuclear, que inclui casais com ou sem filhos, ou unidades monoparentais, perdeu participação, caindo de 68,4% em 2012 para 65,7% em 2024. As famílias compostas e estendidas também apresentaram queda.

Em 2024, o país tinha 211,9 milhões de habitantes, com as mulheres representando 51,2% da população. A maior parte da população brasileira vive na Região Sudeste, com destaque para São Paulo, que abriga cerca de 22% da população nacional, com quase 46 milhões de habitantes.

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