Capacitação voltada para servidores das forças de segurança de Campo Grande mobilizou profissionais nesta quinta-feira (15), na Casa da Mulher Brasileira. O objetivo foi aprimorar o acolhimento de mulheres vítimas de violência, com foco em atendimento humanizado e escuta qualificada.
A formação reuniu 74 participantes, entre policiais militares do Programa Mulher Segura (Promuse) e agentes da Guarda Civil Metropolitana integrantes da Patrulha Maria da Penha. A ação conta com apoio da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Executiva da Mulher.
Durante a programação, a professora Rafaela Maia Gomes, mestre em Serviço Social, abriu o ciclo de palestras com reflexões sobre práticas humanizadas no atendimento. “Receber essas mulheres sem julgamento e com empatia é essencial. Muitas chegam emocionalmente fragilizadas e precisam se sentir acolhidas”, destacou.
Em seguida, a psicóloga Márcia Paulino, coordenadora da Divisão de Formação em Direitos Humanos das Mulheres, abordou a importância da escuta qualificada. “Violência doméstica envolve laços afetivos e contextos familiares complexos. É preciso compreender que escutar com sensibilidade pode salvar vidas”, afirmou.
Integração entre instituições e prática no dia a dia - À tarde, chefias das instituições que compõem a Casa da Mulher Brasileira participaram de uma roda de conversa com os profissionais, discutindo competências de cada órgão e compartilhando casos práticos. A proposta é reforçar a integração das equipes no atendimento direto às vítimas.
“Queremos que teoria e prática caminhem juntas. Não se trata apenas de conhecer a legislação, mas de aplicar esse conhecimento de forma efetiva na ponta, no atendimento diário”, afirmou a secretária executiva da Mulher, Angélica Fontanari.
Segundo a tenente da PM, Jéssica Pereira Gomes, que coordena o Promuse, o treinamento é essencial porque os primeiros contatos com as vítimas geralmente ocorrem em momentos críticos. “Recebemos essas mulheres presencialmente, e muitas vezes somos o único suporte do Estado que chega até elas”, ressaltou.
A guarda civil Angelina Parron, da Patrulha Maria da Penha, reforçou a importância da escuta qualificada no acolhimento. “Muitas chegam desorientadas e emocionalmente abaladas. Precisamos estar preparados para atender com empatia e sensibilidade.”
Compartilhamento de conhecimento - Uma servidora do município de Terenos também participou da capacitação e levará o conteúdo para fortalecer o atendimento às mulheres na sua cidade, ampliando o alcance da formação.
A iniciativa integra um cronograma de ações da Secretaria da Mulher para este ano. Outras edições da capacitação estão previstas com o mesmo objetivo: preparar profissionais para atuar com mais sensibilidade e preparo nas situações de violência contra a mulher.
A secretária executiva da Mulher, Angélica Fontanari, enfatiza que o objetivo é aprimorar o atendimento humanizado e acolhedor às mulheres vítimas de violência
