Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
26 de setembro de 2025 - 18h18
alms
LUTO

Assata Shakur, ex-Pantera Negra e ativista exilada em Cuba, morre aos 78 anos

Militante era procurada pelo FBI desde 1979, quando fugiu da prisão perpétua nos EUA e recebeu asilo do governo cubano

26 setembro 2025 - 15h20AP
Assata Shakur deixa tribunal nos EUA em abril de 1977
Assata Shakur deixa tribunal nos EUA em abril de 1977 - (Foto: Arquivo/AP)

A militante negra Assata Shakur, símbolo da luta antirracista nos Estados Unidos e ex-integrante do grupo Panteras Negras, morreu na última quinta-feira (26), aos 78 anos, em Havana, capital de Cuba. A informação foi confirmada pela filha da ativista, Kakuya Shakur, em uma postagem nas redes sociais, e pelo governo cubano, que atribuiu a morte a "problemas de saúde e idade avançada".

Canal WhatsApp

Nascida Joanne Deborah Chesimard, Shakur foi condenada nos EUA em 1977 à prisão perpétua pela morte de um policial durante um tiroteio em Nova Jersey, quatro anos antes. Ela sempre alegou inocência e afirmou que foi atingida com as mãos para o alto, sem disparar nenhuma arma. O caso se tornou um dos mais emblemáticos da repressão contra ativistas negros na década de 1970.

Em novembro de 1979, com apoio de militantes do Exército de Libertação Negra, Shakur escapou de uma penitenciária feminina após os aliados se passarem por visitantes, renderem guardas e usarem uma van da prisão para fugir. Após anos foragida, ela reapareceu em 1984 em Cuba, onde recebeu asilo político do então presidente Fidel Castro.

Desde então, os EUA pressionaram diversas vezes pela extradição da ativista — inclusive durante o governo Donald Trump, que a classificou como "terrorista doméstica". O FBI colocou seu nome na lista dos criminosos mais procurados do país.

Membro ativo dos Panteras Negras e do Exército de Libertação Negra, Assata Shakur tornou-se um símbolo internacional da resistência negra e da luta contra a repressão estatal. Em Cuba, ela escreveu poemas, memórias e artigos denunciando a perseguição racial nos EUA.

A sua história continuou sendo pauta diplomática entre Washington e Havana por décadas. Apesar do pedido contínuo dos EUA para sua extradição, o governo cubano manteve o asilo e sempre classificou Shakur como uma refugiada política.

Fora dos holofotes desde 2020, Shakur vivia de forma discreta em Havana, mantendo contato com apoiadores e ativistas por meio da filha. Sua última manifestação pública foi em 2021, quando publicou uma carta aberta pedindo "justiça para os povos negros e latino-americanos perseguidos por sistemas de opressão".

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas