
A Arquidiocese de Campo Grande começou um processo que pode levar à beatificação do padre João Crippa, um missionário salesiano que marcou a história da capital sul-mato-grossense. A comissão responsável pela investigação foi nomeada pelo arcebispo Dom Dimas Lara Barbosa em 10 de julho de 2025. A decisão foi tomada após pedidos de fiéis e do pároco da Paróquia São José, localizada na região central da cidade.
Embora a nomeação da comissão tenha acontecido há alguns meses, só agora a iniciativa se tornou pública. A comissão tem a missão de investigar com cuidado toda a vida do padre João Crippa. Isso inclui recolher cartas, documentos, textos escritos por ele e também ouvir relatos de fiéis que dizem ter alcançado milagres por sua intercessão. Todo esse material será reunido em um relatório completo.
Em Campo Grande, Padre João Crippa dedicou parte de sua vida à formação de crianças e jovens carentes. Ele fundou o Oratório São José, conhecido como “Capelinha”. - (Foto: Divulgação)
Se o conteúdo for aprovado, o processo pode seguir para o Vaticano, onde será avaliado pelo setor responsável pelas causas de beatificação. Se for aceito, o padre passará a ser reconhecido oficialmente como “Servo de Deus”, primeira etapa no caminho rumo à santidade.
Placa instalada na Itália homenageia o missionário salesiano como pioneiro da fé e da civilização na América do Sul. Crippa morreu em 1941, aos 80 anos, após 47 anos de sacerdócio. - (Foto: Divulgação) Padre João Crippa nasceu na Itália em 1861 e veio ao Brasil como missionário da Congregação Salesiana. Em Campo Grande, fundou o Oratório São José e trabalhou na educação de crianças e no acolhimento de famílias em situação de vulnerabilidade. Ele faleceu em 1º de agosto de 1941, em Três Lagoas, e está sepultado na própria Igreja São José, onde ainda hoje recebe homenagens de fiéis que acreditam em sua santidade.
A comissão que vai cuidar da investigação é formada por religiosos, estudiosos e leigos. Entre os integrantes estão o padre Paulo Roberto de Oliveira, o padre Tiago Figueiró, o frei Moacyr Malaquias Júnior, o professor Fábio Machado e as secretárias Eliane Paulino e Cristina Galeazzi.
A Arquidiocese pede que fiéis que tenham documentos ou testemunhos relacionados ao padre João Crippa entrem em contato com a Paróquia São José ou com a Cúria Metropolitana. O objetivo é construir um relato completo sobre a vida do sacerdote, sua fé e possíveis milagres.
Dom Dimas conversa com fiéis diante do memorial de Padre João Crippa na Igreja São José, em Campo Grande, local onde estão os restos mortais do missionário salesiano. - (Foto: Divulgação)O processo de beatificação é longo e criterioso. Mesmo assim, a Arquidiocese vê com esperança essa etapa inicial. Para muitos, a possível beatificação do padre João Crippa seria uma forma de reconhecer a importância de sua obra e de sua vida dedicada aos mais pobres.
A Rua Padre João Crippa, uma das mais conhecidas de Campo Grande, e o Oratório São José são lembranças vivas do impacto que ele teve na cidade. A história dele continua viva no coração de quem acredita no poder da fé e na força da solidariedade.
Multidão acompanha o cortejo fúnebre de Padre João Crippa pelas ruas de Três Lagoas. A imagem histórica revela o impacto de sua morte na comunidade local. - (Foto: Divulgação)

