
Em uma área de 350 hectares, o equivalente a 3,5 milhões de metros quadrados, ou mais de 300 campos de futebol, começa a nascer em Inocência (MS) a maior fábrica de celulose do mundo construída de uma só vez. O investimento de US$ 4,6 bilhões é da Arauco, empresa chilena que promete iniciar as operações no último trimestre de 2027.

No centro desse canteiro de obras gigantesco, uma estaca amarela marca o local onde será instalada a sala de controle da fábrica. Esse espaço será o coração da operação, reunindo operadores especializados e sistemas de alta tecnologia. “É onde você controla tudo”, explica Leonardo Crociati, gerente executivo do Projeto Sucuriú. “É uma sala bem importante, onde a gente investiu na tecnologia. Ficam os operadores, e tudo é controlado remotamente, digital, com câmeras.”

Leonardo Crociati explica que esse será o cérebro do projeto: uma operação moderna, integrada e automatizada, onde o trabalho dos operadores será apoiado por sistemas inteligentes. Diferente das plantas industriais antigas, com muitos profissionais circulando o tempo todo, a nova fábrica aposta em uma estrutura enxuta e eficiente, aliando tecnologia de ponta e alto desempenho. "A gente buscou a tecnologia mais moderna possível", afirma. "Trabalhamos com altos padrões, buscando uma fábrica digital, com ferramentas que aumentem a produtividade."
Com capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano, a planta deve gerar até 14 mil empregos diretos e indiretos no pico da construção. Toda a estrutura está sendo planejada para operar com eficiência e continuidade por duas décadas, combinando automação e inteligência industrial com o trabalho qualificado de profissionais que estarão à frente dos processos.

Entre os destaques do projeto estão os pipe racks, estruturas metálicas suspensas que ligam diferentes áreas da fábrica. "Se eu quero mandar água da área A pra área B, em vez de enterrar o tubo, eu coloco o tubo aéreo. É muito mais simples", explica Leonardo.
A modernização também aparece nas caldeiras, como a de recuperação, onde ocorre a queima dos sólidos recuperados no processo industrial. "A gente tem que evaporar a água que estava dentro do licor para mandar só os sólidos", diz.

Com mais de duas décadas de experiência no setor de papel, celulose e madeira, Leonardo diz que nunca participou de um projeto com tamanho impacto. "O diferencial desse projeto é o cuidado com o meio ambiente, com as pessoas", afirma. "É uma fábrica altamente tecnológica numa cidade muito pequena. É um projeto que deixa um legado positivo."

