Em meio ao silêncio da noite na área rural de Maracaju, na rodovia MS-164, policiais do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) realizaram uma apreensão avaliada em R$ 2,1 milhões. A ação, ocorrida na última segunda-feira (3), interceptou dois veículos carregados de produtos ilegais de origem estrangeira, sem qualquer documentação fiscal.
A abordagem foi feita durante um bloqueio policial de rotina, parte do Programa Protetor das Fronteiras e Divisas, coordenado pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp) e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
De cigarros a eletrônicos: o carregamento - O primeiro veículo parado, um Fiat Uno branco, era conduzido por um jovem de 21 anos. Dentro, os policiais encontraram 1.500 pacotes de cigarros contrabandeados do Paraguai. O motorista admitiu que foi contratado para o transporte ilegal e afirmou que não estava sozinho: outros três passageiros – dois homens e uma mulher – também foram contratados pelo mesmo empregador, que, segundo o relato, reside na capital, Campo Grande.
Logo em seguida, os policiais abordaram uma Van, também branca, que transportava um verdadeiro arsenal de produtos ilegais. Segundo o boletim de ocorrência, entre os itens apreendidos estavam:
- Cigarros e cigarros eletrônicos
- Aparelhos de telefone celular
- Relógios e perfumes
- Malas e roupas
- Materiais de pesca
- Brinquedos
- Suplementos e vitaminas
Prejuízo ao crime organizado - A carga foi encaminhada à Delegacia da Polícia Federal em Dourados. A estimativa é que o prejuízo ao esquema de contrabando ultrapasse R$ 2 milhões. A operação representa um duro golpe ao comércio ilegal na região, que frequentemente utiliza rotas próximas à fronteira para escoar mercadorias contrabandeadas do Paraguai.
As ações de bloqueio na MS-164 integram uma estratégia mais ampla de combate ao crime transnacional, reforçada pela parceria entre a Sejusp e o MJSP. O Programa Protetor das Fronteiras e Divisas tem sido uma das principais ferramentas de repressão ao contrabando, descaminho e tráfico de drogas na região.
Contratados para o risco - O depoimento dos ocupantes do Fiat Uno revelou um esquema recorrente: motoristas são contratados por intermediários para realizar o transporte de produtos ilegais entre cidades fronteiriças e destinos estratégicos dentro do estado. Embora os nomes dos envolvidos não tenham sido divulgados, a polícia trabalha na identificação do responsável pelo recrutamento.
De acordo com o DOF, operações como essa são fundamentais para desarticular a rede logística do contrabando, atingindo não apenas os transportadores, mas também os financiadores por trás das atividades ilegais.
O combate não para - Em nota, a Sejusp destacou que o aumento da fiscalização nas rotas de contrabando é uma resposta direta ao crescimento do fluxo de mercadorias ilegais na região fronteiriça. Com ações conjuntas, o estado busca não apenas apreender produtos, mas também mapear os pontos críticos de circulação de cargas ilícitas.
Para a Polícia Federal, a apreensão de cargas volumosas é apenas o início de investigações que visam identificar toda a cadeia de atuação – do fornecedor ao comprador final.
