Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
09 de outubro de 2025 - 17h22
DP-Barros---Parabens-MS
ENERGIA

ANP aponta uso de biocombustível como chave para reduzir diesel no transporte pesado

Pietro Mendes afirma que eletrificação sozinha não resolverá desafios da mobilidade no Brasil

9 outubro 2025 - 13h05Renan Monteiro
Frota antiga e uso de diesel são entraves para transição energética no transporte, afirma ANP
Frota antiga e uso de diesel são entraves para transição energética no transporte, afirma ANP - Foto: Agência Brasil/Arquivo

O diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Pietro Mendes, declarou nesta quinta-feira (9) que substituir o diesel no setor de transportes é hoje o "maior desafio" da transição energética no Brasil. Segundo ele, a principal alternativa viável para o país é o uso de biocombustíveis, especialmente no transporte de cargas e passageiros em longas distâncias.

Canal WhatsApp

Mendes participou do seminário “Rotas brasileiras para a descarbonização veicular”, realizado pela Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio) como parte das atividades preparatórias para a COP30, que será realizada no próximo ano em Belém (PA). O evento discutiu os caminhos que o Brasil pode seguir para reduzir as emissões no setor de mobilidade.

“Temos uma frota muito antiga e não há orçamento público suficiente para implantar um programa de renovação. O uso de biocombustíveis surge como principal solução para que o Brasil descarbonize o transporte pesado”, afirmou o diretor, que já ocupou o cargo de secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis no Ministério de Minas e Energia (MME).

Infraestrutura e logística dificultam eletrificação em larga escala - Ao comentar sobre as alternativas energéticas para o transporte, Mendes reconheceu que a eletrificação tem papel importante na descarbonização, mas destacou que ela sozinha não resolverá o problema. Um dos pontos levantados é a necessidade de pesados investimentos em infraestrutura para viabilizar o uso de veículos elétricos em rotas de longa distância.

“Nós temos dificuldade das longas distâncias que são percorridas no Brasil, então, se não for biocombustível, vamos precisar de corredores para carregamento de veículos elétricos”, explicou Mendes.

Outro desafio citado foi o impacto do aumento do peso dos veículos elétricos devido às baterias. Segundo o diretor, além de elevar o consumo de energia, isso também aumenta as emissões indiretas provocadas pelo desgaste do contato entre pneus e o asfalto.

“Não estou criticando a eletrificação, mas precisamos ponderar todos esses aspectos quando falamos de emissões e de ciclo de vida. É um debate que precisa considerar o cenário completo”, disse.

Referência em política de baixo carbono - Pietro Mendes é um dos principais articuladores da chamada “lei do combustível do futuro”, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional. O marco legal estabelece diretrizes para promover a mobilidade sustentável e de baixo carbono, incentivando o uso de tecnologias limpas, como biocombustíveis avançados, e reforçando metas de descarbonização no transporte.

O seminário da FPBio integra uma série de eventos não oficiais que antecedem a COP30. O Pré-COP, evento preparatório oficial, acontece na próxima semana com a presença de autoridades, especialistas e representantes do setor energético e ambiental.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop