
A Alemanha lançou nesta quarta-feira, 27, uma iniciativa para atrair mais voluntários para a Bundeswehr, enquanto busca reforçar suas forças diante da crescente ameaça russa. A medida faz parte do esforço de Berlim para modernizar o exército, que inclui um fundo especial de 100 bilhões de euros destinado à aquisição de novos equipamentos e atualização militar.

O chanceler Friedrich Merz tem defendido o aumento de gastos com defesa e flexibilização das regras de endividamento, com o objetivo de tornar a Bundeswehr o mais forte exército convencional da Europa. O plano prevê expandir os recrutas ativos de 181 mil para 260 mil, além de 200 mil reservistas.
Segundo o ministro da Defesa, Boris Pistorius, o crescimento das forças alemãs depende não apenas de equipamentos, mas também de mais pessoal, para garantir a eficácia da dissuasão frente à Rússia. A campanha oferece salários melhores, treinamentos atrativos e flexibilidade na duração do serviço, sem retomar de imediato o serviço militar obrigatório, suspenso desde 2011. Questionários serão enviados a jovens de 18 anos a partir de 2026, com exames médicos obrigatórios previstos para 2027.
Apesar da iniciativa, há tensão na coalizão governista sobre o possível retorno ao alistamento obrigatório caso não sejam atingidos os números desejados. Merz indicou que essa opção poderá ser considerada no futuro, mas mantém confiança em alcançar as metas voluntariamente. Aliados conservadores, como o governador da Baviera, Markus Söder, defendem que a convocação será inevitável diante da ameaça russa.
Na mesma quarta-feira, Pistorius inaugurou uma nova fábrica de munição da Rheinmetall, em Unterlüß, que produzirá 350 mil projéteis de artilharia por ano, reforçando a capacidade de fornecimento doméstico. O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, afirmou que Rússia e China desafiam a aliança, mas que Europa e EUA avançam juntos para fortalecer a produção de defesa.
