
No calor da corrida eleitoral, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), candidata à reeleição, volta seus olhos para uma área muitas vezes deixada de lado nas discussões políticas: a cultura e a economia criativa. Em uma reunião com profissionais do setor nesta segunda-feira (15), Adriane detalhou seus planos para os próximos quatro anos, caso seja reeleita, e fez promessas ambiciosas, como a revitalização de espaços culturais, incentivo ao artesanato local e a criação de eventos culturais mais descentralizados. "A cultura é valorizada de uma forma que aqui também vai ser", garantiu a prefeita.

Adriane fez questão de reforçar a importância da economia criativa como motor de desenvolvimento econômico, mencionando exemplos de outros países, como o Chile, onde a cultura local é inserida nas rotas turísticas e no cotidiano. Para ela, Campo Grande tem um potencial cultural que ainda está por ser plenamente explorado. A prefeita também assinou duas cartas de compromisso, reafirmando sua intenção de regulamentar e organizar o setor.
Feiras, artesanato e espaço público: a receita da prefeita - O encontro foi marcado por propostas práticas. Adriane defendeu a ampliação de feiras culturais e gastronômicas em todas as regiões da cidade, não só como vitrine para o artesanato local, mas como forma de integrar a população e fomentar a economia. “As feiras de rua serão verdadeiras vitrines da cultura e artesanato local, ganhando uma organização mais moderna, tornando-se atrativas para o público e promovendo o desenvolvimento econômico", disse.
Outro destaque foi a proposta de criação do "Museu Arte de Rua", uma galeria a céu aberto que ocupará a área central da cidade, entre a Avenida Calógeras e a Esplanada Ferroviária. Segundo Adriane, o projeto pretende dar espaço permanente para artistas locais e reviver a memória cultural de Campo Grande, valorizando as influências das culturas árabe, japonesa e paraguaia, entre outras que moldaram a cidade.
Promessas de obras e revitalizações - Adriane também garantiu que, se reeleita, dará continuidade às obras de revitalização de espaços culturais, como o Teatro Otávio Guizzo, cuja reforma já alcançou 40% de execução, e a Praça dos Imigrantes, conhecida como Praça do Artesão, onde um novo processo de licitação está sendo preparado. A prefeita enfatizou a importância desses espaços para a economia criativa da cidade, lembrando que famílias inteiras dependem da venda de artesanato e produtos culturais para sobreviver.
"Temos mães, pais, arrimos de família que sustentam suas casas com o artesanato. O que estamos construindo não pode ser desfeito pelas próximas gestões. Por isso, vamos regulamentar e certificar as atividades, para que elas permaneçam", afirmou Adriane, em tom de compromisso.
Economia criativa como política pública - Além das feiras e espaços públicos, Adriane se comprometeu a abrir editais de apoio regular aos artistas e artesãos locais, com critérios transparentes e programas de capacitação oferecidos pela Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur). Ela também falou sobre a continuidade de eventos já estabelecidos, como o Festival de Arte e Cultura de Campo Grande, que será ampliado em sua próxima gestão.
Para Adriane, a economia criativa tem um potencial não apenas econômico, mas de inclusão social e revitalização de áreas abandonadas. Ela vê nos cursos, workshops e capacitações uma maneira de dar autonomia para artistas e produtores culturais. "A cultura tem esse poder de unir, de integrar a sociedade, e nós queremos dar mais ferramentas para que isso aconteça", disse a prefeita.
Da cultura ao turismo - Outro eixo importante do plano de Adriane Lopes é a relação entre cultura e turismo. A Casa da Cultura, inaugurada no mês passado, e a revitalização de espaços como a Morada dos Baís e a Plataforma Cultural são parte de um esforço para transformar Campo Grande em um polo cultural, capaz de atrair turistas e valorizar a história da cidade. Com projetos voltados para o centro histórico, Adriane espera que o turismo cultural se fortaleça, criando uma nova fonte de renda para a população.
O desafio, segundo ela, é garantir que essas políticas culturais sejam estruturadas de forma sólida, para que resistam a mudanças de governo. "A regulamentação das ações é o que vai garantir que o que estamos construindo agora continue no futuro", afirmou Adriane.
