
O governo brasileiro trabalha com a expectativa de assinar um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia em 20 de dezembro, durante a 67ª Cúpula dos líderes do bloco, em Foz do Iguaçu (PR), segundo autoridades do Itamaraty. A intenção é consolidar um dos maiores acordos comerciais globais após décadas de negociações.
Apesar desse avanço, existe um ponto de disputa importante: as salvaguardas comerciais discutidas internamente no bloco europeu, com o objetivo de proteger produtores locais de potenciais impactos da abertura do mercado. A secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores disse que essa questão ainda é motivo de preocupação nas conversas diplomáticas.
A expectativa pela assinatura foi reforçada em entrevistas preparatórias para a cúpula, nas quais autoridades brasileiras destacaram o papel do presidente na finalização do processo e a importância de envolver chefes de Estado de ambos os blocos, incluindo a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A programação da cúpula também inclui encontros entre ministros das áreas econômicas dos países do Mercosul antes do dia 20, com debates sobre ampliação do bloco e temas climáticos, além de outras pautas de interesse comum.
Enquanto o Brasil busca acelerar a inclusão de parceiros regionais como a Bolívia ao Mercosul e aproximar o bloco de países da América Central e do Caribe, as negociações seguem sensíveis às exigências europeias sobre mecanismos de proteção do mercado interno, especialmente em setores mais expostos à competição com produtos sulamericanos.
O acordo negociado entre os dois blocos completou mais de duas décadas de discussão antes de chegar ao estágio atual e, se confirmado, será um marco nas relações comerciais entre o Mercosul e a União Europeia.

