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ABIN 2026

Abin aponta riscos em eleições, ciberataques e dependência tecnológica em 2026

Relatório da agência detalha desafios estratégicos do Brasil no próximo ano e alerta para ameaças à soberania

2 dezembro 2025 - 07h50
Relatório da Abin antecipa riscos estratégicos e cobra ações em defesa da soberania digital
Relatório da Abin antecipa riscos estratégicos e cobra ações em defesa da soberania digital - (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Terça da Carne

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) divulgou nesta terça-feira (2) um relatório com os principais desafios que o Brasil enfrentará em 2026, sob a perspectiva da segurança do Estado e da sociedade. A publicação destaca cinco frentes prioritárias: proteção do processo eleitoral, ataques cibernéticos com uso de inteligência artificial, necessidade de transição para a criptografia pós-quântica, reconfiguração das cadeias globais de suprimentos e a dependência tecnológica de países e empresas estrangeiras.

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Segundo a Abin, o documento é resultado de uma análise ampla com apoio de especialistas de universidades, centros de pesquisa e órgãos governamentais. O objetivo é antecipar riscos e apoiar a formulação de políticas públicas de forma transparente.

Um dos principais focos é a integridade das eleições gerais marcadas para 2026. A agência vê com preocupação possíveis tentativas de desinformação em massa, manipulação de grupos sociais, uso de tecnologias para influenciar o pleito e até a atuação do crime organizado em regiões de maior vulnerabilidade. O relatório relembra episódios como os atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, como alerta sobre a fragilidade das instituições democráticas diante de movimentos orquestrados.

Outro alerta é para a crescente sofisticação dos ataques cibernéticos, impulsionados pelo avanço da inteligência artificial. Segundo a Abin, ferramentas autônomas podem ser utilizadas para comprometer sistemas críticos, roubar dados sensíveis ou influenciar populações, tornando a soberania digital um dos principais desafios do país. A agência afirma que o Brasil já desenvolve tecnologias de ponta, como a criptografia pós-quântica aplicada a aplicativos de mensagens, mas ressalta que a dependência de provedores estrangeiros representa uma vulnerabilidade estratégica.

O relatório também discute os impactos das mudanças climáticas, do envelhecimento populacional, das migrações e da transformação das cadeias globais de suprimentos. Com base em dados de 2024 — considerado o ano mais quente da história —, a Abin aponta prejuízos recorrentes com secas, inundações e perdas agrícolas. A estimativa é de que os eventos climáticos extremos causem danos de ao menos R$ 13 bilhões por ano.

Na economia, a agência destaca a posição frágil do Brasil entre duas dependências: a China, que garante superavit comercial por meio da compra de commodities, e os Estados Unidos, de onde vêm investimentos e tecnologias fundamentais. Essa condição, segundo o relatório, limita a autonomia decisória nacional e eleva os riscos em momentos de tensão global.

A Abin também menciona o risco crescente de espionagem, manipulação de dados e interferência de potências estrangeiras no debate público nacional. A disputa entre EUA e China, afirma o documento, tem reflexos diretos sobre o Brasil, especialmente em setores como energia, telecomunicações e segurança digital.

Por fim, a agência alerta para a necessidade urgente de transição para algoritmos de criptografia pós-quântica que sejam desenvolvidos no Brasil, sem dependência de tecnologias importadas. A Abin considera o ambiente digital a principal arena de competição geopolítica e defende a consolidação de uma política nacional de soberania tecnológica.

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