Na manhã desta segunda-feira (11), o Giro Estadual de Notícias abriu espaço para falar de um tema que cabe na palma da mão, mas que carrega o peso da aposentadoria de muita gente: a gorjeta. O programa, transmitido ao vivo para todas as emissoras do grupo e ecoado nas redes sociais de um jornal regional, recebeu Hélio Amâncio Pinto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Campo Grande.
O início foi descontraído, com "Garçom", de Reginaldo Rossi, tocando como trilha. Mas Hélio logo trocou o tom: "Muitas empresas cobram os 10% do cliente e não repassam ao trabalhador. É preciso regulamentar por meio de acordo coletivo, para que esse valor seja incorporado à folha de pagamento. Isso garante não só a renda de hoje, mas também aposentadoria e cobertura em caso de acidente de trabalho."
Sindicato defende que taxa de serviço seja oficializada para proteger renda e direitos da categoria.
Entre uma resposta e outra, Hélio apontou problemas que atravessam a categoria: salários baixos, baixa escolaridade, falta de domínio de línguas estrangeiras num estado dependente do turismo e o impacto da pandemia, que fez muitos deixarem a profissão. "Precisamos qualificar mais. Quando chega um grupo de estrangeiros, o empresário corre atrás de intérprete. O trabalhador que está na linha de frente deveria estar pronto para atender", disse.
O sindicato mantém parcerias com o Senac, prefeituras e outras instituições para oferecer cursos. Mas a informalidade e a rotatividade dificultam. Segundo Hélio, o objetivo é também resgatar eventos que integravam a categoria, como a tradicional Corrida da Bandeja.
No encerramento, Hélio parabenizou garçons e garçonetes pelo seu dia e lembrou que 11 de agosto também é Dia do Advogado. "São profissões diferentes, mas ambas defendem direitos. Uma no salão, outra no tribunal."
