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13 de outubro de 2025 - 19h51
FIEMS
UNIVERSALIZAÇÃO

'A Crítica Visita': 'Saneamento é sinônimo de saúde', diz coordenador da AGEMS

Leandro Caldo destaca avanços de Mato Grosso do Sul e alerta que falta de recursos e desafios na zona rural ainda impedem a cobertura total de esgoto

13 outubro 2025 - 16h50Da Redação
Leandro: AGEMS intensifica ações para garantir saneamento universal até 2033 e reforça ligação entre água tratada e saúde pública
Leandro: AGEMS intensifica ações para garantir saneamento universal até 2033 e reforça ligação entre água tratada e saúde pública - (Foto: Cleidiomar Barbosa)

Garantir que todos os sul-mato-grossenses tenham acesso a água tratada e esgoto até 2033 é uma das metas mais ambiciosas do país e, segundo o coordenador da Câmara Técnica de Saneamento da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul (AGEMS), Leandro Caldo, o Estado caminha firme nessa direção.

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“Saneamento é sinônimo de saúde. Quando ampliamos o acesso à água e ao esgoto, reduzimos doenças e melhoramos a qualidade de vida das pessoas”, afirmou o coordenador em entrevista ao podcast A Crítica Visita.

Leandro destaca que Mato Grosso do Sul tem uma vantagem natural importante: está sobre o Aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios de água doce do mundo. “Somos um estado privilegiado. Temos abundância de água e, na área urbana, praticamente já universalizamos o abastecimento de água tratada”, explicou.

Leandro: AGEMS intensifica ações para garantir saneamento universal até 2033 e reforça ligação entre água tratada e saúde pública - (Foto: Cleidiomar Barbosa)

O foco agora, segundo ele, é o esgotamento sanitário. O Estado possui uma Parceria Público-Privada (PPP) que tem garantido avanços significativos nesse setor. “Atualmente, cerca de 70% da população já conta com rede de esgoto, e a meta é chegar a 90% até 2033, conforme o marco legal do saneamento”, detalhou.

A AGEMS atua diretamente no cumprimento da Lei Federal nº 11.445, que institui o marco regulatório do saneamento básico. Além de criar normas alinhadas à política nacional, a agência também monitora mensalmente as metas de expansão e realiza fiscalizações em campo para verificar a execução das obras.

“Não basta olhar os números nos relatórios. A equipe vai a campo para conferir se o que está no papel realmente está acontecendo. É assim que garantimos transparência e eficiência”, explicou Leandro.

O coordenador citou alguns municípios que já estão à frente na corrida pela universalização. “Bonito, Chapadão do Sul, Paranaíba, Três Lagoas e Ponta Porã são exemplos de cidades que estão muito próximas ou já atingiram as metas de cobertura”, disse.

Com relação à água tratada, praticamente todos os municípios do Estado já alcançaram índices próximos de 100% na área urbana. “Quando falamos em esgoto, ainda temos desafios, mas o avanço é nítido”, completou.

Segundo Leandro Caldo, o maior obstáculo está nos municípios com serviços autônomos (os SAIs), casos em que a própria prefeitura é responsável pelo saneamento. A principal barreira, segundo ele, é a falta de recursos financeiros para investir em obras e manutenção.

“Muitos municípios não têm caixa suficiente. Por isso, é essencial que revisem suas tarifas e tornem o serviço sustentável. Sem equilíbrio financeiro, não há como ampliar a rede de esgoto”, avaliou.

A AGEMS, de acordo com ele, já firmou convênios com quatro SAIs e pretende estender o apoio técnico para todos os nove municípios autônomos do Estado. “A ideia é ajudar a arrumar a casa, equilibrar as contas e planejar a expansão. Universalizar é um processo que exige gestão, planejamento e cooperação”, reforçou.

Universalização também no campo - Embora a meta de 2033 trate da universalização do saneamento, Leandro ressalta que o desafio vai além das áreas urbanas. “Universalizar é garantir acesso para todos os domicílios, inclusive nas áreas rurais, assentamentos, comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas”, afirmou.

O coordenador explicou que a AGEMS trabalha para desenvolver soluções regulatórias específicas que permitam levar saneamento até esses locais. “É um desafio enorme, porque o Estado é diverso e extenso, mas estamos buscando alternativas viáveis para cada realidade.”

Leandro reforçou o impacto positivo que o saneamento tem na saúde pública. “Estamos cruzando dados de cobertura de esgoto com os números de doenças de veiculação hídrica, e o resultado é claro: onde há saneamento, há menos doenças”, afirmou.

Ele lembrou que, em Mato Grosso do Sul, a população tem o privilégio de abrir a torneira e beber água tratada, algo que não é realidade em muitos estados. “Aqui, você pode encher um copo direto da torneira. Isso é reflexo de um trabalho sério de monitoramento e de uma política de saneamento eficiente”, destacou.

Para os próximos anos, a prioridade da AGEMS será ampliar o atendimento nos municípios com menor cobertura e avançar com projetos nas zonas rurais. “Temos um plano de fiscalização intensiva e convênios para dar suporte técnico aos municípios. A meta é chegar a 2033 com o Estado universalizado em água e esgoto”, garantiu.

Segundo ele, o papel da regulação vai além de fiscalizar: é orientar, apoiar e garantir que o serviço seja prestado com qualidade. “Quando falamos em saneamento, falamos de dignidade, desenvolvimento e saúde. Esse é o verdadeiro impacto do nosso trabalho”, concluiu. Confira a entrevista no player abaixo:

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