
Em 1º de agosto de 1980, em um cruzamento movimentado do centro de Campo Grande, dois homens distribuíam de graça a primeira edição de um novo jornal. Ninguém sabia ainda, mas aquele gesto — simples e ousado — daria início a uma história que mudaria a comunicação de Mato Grosso do Sul. O jornal se chamava A Crítica, criação de Luiz Carlos da Silva Feitosa e Jorge Musa Tuma. Desde então, todos os domingos, tornou-se comum ver gente pegando o jornal nas ruas, num hábito que atravessou décadas.

De lá para cá, muita coisa mudou. O jornal cresceu, ganhou leitores fiéis e foi parar nas rádios, criando um grupo de comunicação que hoje se espalha pelo estado inteiro. A primeira rádio, Pindorama AM, nasceu em 1988, em Sidrolândia. Vieram depois emissoras em Maracaju, Inocência, Nioaque, Rio Verde de Mato Grosso, Fátima do Sul e Paranhos. Cada uma carrega um pouco da mesma alma do jornal: falar a língua das pessoas, contar o que acontece nas cidades e comunidades rurais, abrir espaço para vozes que antes não eram ouvidas.
O jornal semanário segue sendo um dos principais veículos de comunicação de Mato Grosso do Sul
Ao longo de 45 anos, o grupo recebeu prêmios, títulos honoríficos e conquistou audiência. Em 2013, o jornal foi reconhecido nacionalmente pela Confederação de Dirigentes Lojistas. Em 2021, a reportagem sobre a indústria sul-mato-grossense durante a pandemia venceu o prêmio MS Industrial de Jornalismo. A Band FM, sediada em Fátima do Sul, alcança toda a região da Grande Dourados — a segunda maior cidade do estado — e foi eleita a rádio mais ouvida dessa área por dez anos consecutivos. Esses são apenas alguns sinais de que a aposta feita lá atrás, em uma esquina de Campo Grande, funcionou.
O programa 'Giro Estadual de Notícias' de sexta-feira transmitido para todas as rádios do jornal 'A Crítica'
Mesmo com a crise dos jornais impressos, A Crítica não deixou de circular. Mantém a edição dominical gratuita e, ao mesmo tempo, se fortaleceu na internet com site, podcasts e presença nas redes sociais.
Ao completar 45 anos em 2025, o grupo reafirma o que sempre defendeu: informação acessível, feita para a comunidade. Hoje, as rádios chegam a comunidades indígenas e regiões rurais que não tinham voz. O jornal segue gratuito, como no primeiro dia. E o projeto não parou: há planos de expandir ainda mais as transmissões digitais e integrar o público de rádio, jornal e redes sociais em uma mesma plataforma de informação.
