Yago Dora ainda saboreia a vitória histórica no Circuito Mundial de Surfe (WSL), conquistando o oitavo título brasileiro da competição. Um dia após a conquista, o surfista confessou ter acordado de ressaca após estender as comemorações. Fã de Ronaldo Fenômeno, Dora também adotou o corte de cabelo “cascão”, como o do atacante na final da Copa de 2002.
“Primeira sensação foi ruim, acordei de ressaca. Mas foi incrível. Sentei no sofá e fiquei encarando o troféu”, disse o surfista em coletiva nesta terça-feira.
Como líder do ranking mundial, Dora pôde disputar o WSL Finals sem enfrentar outros competidores antes da decisão. Para ele, a vantagem foi crucial: “Bati na trave nas últimas temporadas. Senti que tinha chance de vencer aqui em San Clemente, nas ondas que mais se identificam com meu surfe.”
O título foi confirmado na etapa de Jeffrey Bays, na África do Sul, em julho. “Minha meta era terminar entre os três primeiros, mas assumir a liderança me deu uma margem importante. Quando soube que poderia decidir na primeira bateria do Finals, foquei em manter a liderança até o fim”, contou.
O surfista também homenageou Ronaldo e o futebol brasileiro. “Cresci com a memória do penta e do Ronaldo. Sempre achei o futebol muito bonito. O número 9 representa o jogador que decide nos momentos importantes, e era isso que eu queria me tornar”, explicou, mostrando o corte e a lycra que usa em referência ao artilheiro.
Dora elogiou os atletas brasileiros no surfe: “O brasileiro trabalha mais duro. Colocamos sangue, fogo e vontade de vencer.” Segundo ele, a formação da base desde a infância foi decisiva para o sucesso da geração atual.
Um ponto importante na carreira do surfista foi encerrar a parceria de treinamento com o pai, Leandro Dora, conhecido como “Grilo”. “Foi fundamental para controlar minhas decisões e meu futuro. Ele estava aqui torcendo por mim em Fiji, o que até serviu como motivação para competir”, brincou.
Entre leituras e títulos, Yago compartilha que está focado e leve. Seu livro atual é A Alma Indomável, de Michael A. Singer, sobre superar a tirania da mente.
