Um número 9 nas costas e a mesma determinação que marcou Ronaldo em campo. O surfista brasileiro Yago Dora, de 29 anos, uniu surfe e futebol para conquistar o maior título da carreira: campeão da temporada 2025 da Liga Mundial de Surfe (WSL), direto das Ilhas Fiji.
“Cresci vendo o Ronaldo jogar, e o penta de 2002 marcou minha infância. Há dois anos, escolhi o número 9 na lycra para simbolizar aquele que define o jogo, o decisivo”, contou Yago. Ele também adotou o corte de cabelo icônico do Fenômeno na final do penta, apelidado de “Cascão”.
Com a vitória, Yago se tornou o quinto brasileiro a alcançar o topo do surfe mundial, garantindo o oitavo título do país desde 2014, quando Gabriel Medina abriu a sequência. Outros campeões incluem Adriano de Souza (Mineirinho), Filipe Toledo e Italo Ferreira, com exceção do havaiano John John Florence.
Segundo Yago, o sucesso do surfe brasileiro vem da combinação de talento, dedicação e disciplina. “Os brasileiros são os que mais se esforçam, treinam mais e buscam sempre evoluir. Esse sangue, esse fogo de vencer, é o que faz a diferença”, afirmou.
O título foi decidido no WSL Finals, que reuniu os cinco melhores surfistas masculino e feminino. Como líder da temporada, Yago entrou direto na final e precisou de apenas uma bateria para vencer Griffin Colapinto, graças a uma regra nova do campeonato que garante o título ao líder caso vença a primeira disputa.
“Não parece real. É a coroação de muitos anos de trabalho. No ano passado, fiquei a uma bateria da final, mas nunca duvidei que algo especial me aguardava aqui em Fiji”, comemorou o paranaense.
A relação entre surfe e futebol também marcou o bate-papo. Torcedor do Athletico-PR, Yago comentou a situação do Furacão na Série B. “Ser torcedor ultimamente está difícil, mas, no esporte, a gente precisa continuar acreditando e trabalhando, mesmo nas dificuldades. Uma hora, as coisas viram”, disse.
