
A vitória por 3 a 0 sobre o Cruzeiro, neste domingo (7), encerrou um dos anos mais turbulentos da história recente do Santos e garantiu a permanência do clube na elite do futebol brasileiro. Na saída da Vila Belmiro, o técnico Juan Pablo Vojvoda não falou em festa. O sentimento, segundo ele, foi de alívio — e de que o clube precisa reagir com maturidade ao susto vivido em 2025.
“Missão cumprida não é celebração. É convicção de que o Santos precisa reencontrar seu tamanho”, resumiu o treinador argentino, que chegou ao clube durante a temporada e foi fundamental para evitar o rebaixamento.
Um dos pontos mais abordados por Vojvoda foi o papel de Neymar na reta final da campanha. Mesmo convivendo com limitações físicas, o camisa 10 foi decisivo e demonstrou comprometimento, segundo o técnico. “Conversamos bastante. Ele atuou no sacrifício. Vai passar por cirurgia agora, e ainda não sabemos se continuará em 2026. Mas o Santos precisa dele”, disse.
Vojvoda evitou pressionar o atacante sobre seu futuro, mas deixou claro que a permanência de Neymar pode ser estratégica para o projeto do clube. “Santos e Neymar representam muita coisa. Mas vamos deixá-lo descansar. O mais importante agora é planejamento”, reforçou.
O técnico também comentou sobre o impacto emocional da temporada. “Foi muito duro. Há jogadores que nunca lutaram contra o rebaixamento. Neymar, por exemplo, nunca passou por isso. Foram meses difíceis”, destacou. Ele elogiou a postura da torcida em momentos decisivos. “Durante 90 minutos, a Vila sempre respondeu. Isso fez diferença.”
Com a permanência assegurada, o Santos inicia agora uma fase crucial de planejamento para 2026. Vojvoda, porém, alertou que o caminho não é apagar tudo e começar do zero. “Não são só cinco meses meus. Não quer dizer que tudo que veio antes estava errado. Se algo funciona, precisa continuar. É preciso humildade para ouvir, dialogar e integrar as áreas”, afirmou.
O treinador destacou que a reorganização do clube deve passar por todos os setores, e que a evolução será coletiva: diretoria, comissão técnica, elenco e categorias de base.
Vojvoda defendeu a valorização das categorias de base como peça central do projeto. “Se queremos planejar o futuro, precisamos começar pela estrutura e pela formação. Santos viveu momentos difíceis, mas vejo gente preocupada em tirar o clube dessa situação”, comentou.
Ao longo da reta final do Brasileirão, o clube mobilizou diferentes setores internos e contou com apoio institucional para reagir. A expectativa agora é de que essa coesão se mantenha.
Com o risco de queda superado, o clube mira agora o planejamento de 2026. A diretoria terá pela frente decisões importantes sobre o elenco, reforços e, sobretudo, a permanência de Neymar — questão vista como determinante para a estratégia do próximo ano.
Vojvoda, por sua vez, encerra a temporada com saldo positivo e respaldo para comandar a transição do Santos rumo a uma fase mais estável.

