
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, levantou nesta quinta-feira (9) a possibilidade de alterar o período tradicional da Copa do Mundo, atualmente disputada entre junho e julho. Segundo ele, o avanço da crise climática e os desafios logísticos do calendário global do futebol estão tornando necessária uma reflexão sobre as futuras edições do torneio.

“Não é só uma Copa do Mundo. É uma reflexão geral. Alguns países europeus são muito, muito quentes em julho, então talvez precisemos repensar”, afirmou Infantino durante assembleia dos Clubes Europeus de Futebol (EFC), realizada em Roma.
Para o dirigente, os meses de março e outubro poderiam ser alternativas viáveis para realizar o torneio, considerando as variações climáticas entre continentes. “Em dezembro você não pode jogar em uma parte do mundo, e em julho, em outra. Precisamos considerar todos esses elementos e ver como podemos melhorar para todos”, disse.
Infantino defendeu que a Fifa mantenha uma “mente aberta” para avaliar ajustes no calendário, buscando equilibrar clima, logística e desempenho dos atletas.
A sugestão surge após recentes eventos climáticos afetarem competições internacionais. Durante o Mundial de Clubes de 2025 nos Estados Unidos, partidas foram interrompidas por chuvas severas e calor intenso, um indicativo, segundo Infantino, dos desafios que o futebol enfrentará nos próximos anos.
A Copa do Mundo de 2026 será sediada na América do Norte, com jogos no Canadá, México e Estados Unidos, países que registram extremos de temperatura em certas regiões. Já o torneio de 2030 será dividido entre seis sedes em três continentes: Argentina, Paraguai e Uruguai (América do Sul), Espanha e Portugal (Europa) e Marrocos (África).
A única edição da Copa disputada fora do período tradicional foi a de 2022, no Catar, realizada entre novembro e dezembro justamente para evitar as altas temperaturas do verão no Oriente Médio.
“Talvez haja maneiras de otimizar o calendário. Estamos discutindo. Precisamos ter a mente aberta”, reforçou o presidente da Fifa.
As discussões devem continuar nas próximas reuniões da entidade, com possíveis impactos no planejamento de clubes, ligas nacionais e confederações continentais.
