agems
PUNIÇÃO DE JOGADOR

UBM recorre ao STJD e pede ampliação da punição de Dudu por misoginia

A União Brasileira de Mulheres solicita mais jogos de suspensão e aumento da multa, além de retratação pública por parte do jogador

22 julho 2025 - 20h45Ricardo Magatti
Dudu em ação pelo Atlético Mineiro na Sul-Americana
Dudu em ação pelo Atlético Mineiro na Sul-Americana - (Foto: Pedro Souza/Atlético Mineiro)

Nesta terça-feira, 22, a União Brasileira de Mulheres (UBM) entrou com recurso na 5ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pedindo a ampliação da pena de Dudu, atacante do Atlético Mineiro, após ser punido por um episódio de misoginia contra Leila Pereira, presidente do Palmeiras. A organização, que foi a responsável pela denúncia inicial, pede que a suspensão de Dudu seja aumentada para dez partidas, ao invés das seis já aplicadas, além de um aumento na multa, que passaria de R$ 90 mil para R$ 100 mil.

Canal WhatsApp

A UBM considera a infração grave, alegando que o ato de Dudu afetou não apenas as mulheres, mas toda a sociedade. Em entrevista ao Estadão, o advogado da UBM, Carlos Nicodemus, afirmou: "Não pode o jogador se beneficiar de atenuantes que reduzam uma punição proporcional à gravidade da infração."

Além do aumento da pena, a organização também solicita que o jogador se retrate publicamente. Caso o recurso não seja aceito, a UBM já anunciou que levará o caso ao Pleno do STJD.

Dudu foi punido com base no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de punições para atos discriminatórios, e recebeu seis partidas de suspensão, além da multa. A defesa do jogador entrou com um pedido de efeito suspensivo, mas o STJD apenas suspendeu a multa e manteve a pena de suspensão.

O episódio ocorreu após Dudu, em janeiro deste ano, fazer publicações ofensivas a Leila Pereira nas redes sociais. Na sequência, o jogador não compareceu ao julgamento, enviando um vídeo de desculpas. Leila reagiu à ausência de Dudu, chamando-o de "covarde" e pedindo que ele se apresentasse pessoalmente para enfrentar uma mulher.

Após o julgamento, Leila Pereira comemorou a decisão do STJD e afirmou que a punição era um marco para o futebol, representando uma vitória para as mulheres: "Essa pena é pedagógica e envia um recado claro de que a violência contra a mulher é inaceitável e deve ser combatida."

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop