
A eliminação do Palmeiras para o Corinthians na Copa do Brasil, após a derrota por 2 a 0 nesta quarta-feira (6), provocou uma onda de protestos no Allianz Parque e nos arredores do estádio. A torcida organizada Mancha Alviverde liderou as manifestações, com faixas, cânticos ofensivos e críticas diretas ao elenco, à diretoria, à presidente Leila Pereira e, de forma inédita com tamanha intensidade, ao técnico Abel Ferreira.

Mais xingamentos a Abel Ferreira, agora com vaias de parte da torcida pic.twitter.com/6J2SYzSIHx
— Ricardo Magatti (@RMagatti) August 7, 2025
A derrota no clássico não apenas selou a saída do Verdão da competição nacional, como também expôs um ambiente de insatisfação crescente entre a torcida e o clube. Minutos antes do fim da partida, parte dos torcedores já deixava as arquibancadas, enquanto outro grupo permanecia entoando gritos de protesto. A reação, porém, não se limitou às arquibancadas. Faixas com frases críticas foram estendidas do lado de fora da arena logo após o apito final.
Manifestações tomaram como alvo todo o comando do clube - Um dos alvos mais claros das críticas foi o técnico Abel Ferreira, que, apesar do histórico de conquistas à frente do time, ouviu ofensas pesadas vindas da arquibancada. “Ei, Abel, vai tomar no c...”, e “Abel, vai se f..., o Palmeiras não precisa de você” foram gritos entoados repetidamente. Em outra faixa, a mensagem era direta: “Fora, Abel”.
Abel Ferreira foi um dos alvos da ira da torcida palmeirense Foto: Ricardo Magatti/Estadão
Essa é uma mudança de tom significativa por parte da torcida, que, mesmo em momentos de queda de rendimento, raramente direcionava suas insatisfações ao treinador. A última vez em que Abel havia sido alvo de protestos, ainda que em menor escala, foi durante o Brasileirão de 2023, após derrota para o Botafogo.
A Mancha Alviverde também ironizou uma das frases mais conhecidas de Abel, “cabeça fria, coração quente”. Em uma faixa estendida na saída do estádio, a torcida escreveu: “Cabeça vazia, fralda cheia, time cagão.” A provocação mostra que o desgaste entre técnico e torcida organizada atingiu um novo nível.
Além do treinador, a insatisfação se estendeu à presidente Leila Pereira e ao diretor de futebol Anderson Barros. Ambos foram apontados como responsáveis diretos pelo momento do time, mesmo após um investimento superior a R$ 500 milhões em contratações nesta temporada.
“Presidente inexistente, diretoria incompetente” foi uma das frases estampadas nas faixas. Em coro, os torcedores também gritaram: “Ô, Leila, sua imbecil, pega esse time e vai para a p... que pariu.” Anderson Barros, responsável pelas negociações e montagem do elenco, foi igualmente xingado nas arquibancadas.
